Além de vibrar na véspera, com a eleição do senador Eunício para a presidência do Senado, o governo comemorou mesmo foi a eleição ontem do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara. Ocorre que, nesse arremedo de parlamentarismo que vivemos, a Câmara tem importância estratégica para dar o pontapé inicial em propostas relevantes, ficando o Senado no papel de câmara revisora.
As duas reformas
Como se fosse um script, logo após ser eleito como presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Rodrigo Maia anunciou que vai instalar, na próxima semana, a comissão especial destinada a analisar o mérito da PEC (proposta de emenda à Constituição) que trata da reforma da Previdência Social. E, para demonstrar que não se tratava de mera promessa, já designou para a relatoria da comissão o deputado Arthur Maia (PPS-BA) e para presidência, o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ).
A reforma trabalhista
Maia também falou sobre a reforma trabalhista, que tem no ministro Ronaldo Nogueira um obstinado interlocutor junto ao Congresso. O novo presidente da Câmara também prometeu pressa à análise da reforma trabalhista, outra prioridade do governo, e indicou o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) para a relatoria da comissão especial destinada a analisar a matéria.
Padilha representou Temer
Coube ao ministro Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, levar a mensagem do presidente Michel Temer ao Congresso Nacional, na abertura do ano legislativo. A mensagem foi bastante clara: “O caminho para o futuro é a reforma. É hora de encararmos, sem rodeio, as reformas que o Brasil precisa, para que tenhamos um estado eficiente, que corresponda às legítimas expectativas dos cidadãos”.
O texto do presidente Michel Temer afirma que as contas da Previdência Social “simplesmente não fecham”, o que exige um ajuste no setor previdenciário brasileiro. Sobre a questão trabalhista, a mensagem diz que o objetivo não é cortar direitos dos trabalhadores, e sim “ajustar as regras à economia contemporânea”.
Moro manda soltar Ferreira
Preso desde junho do ano passado, sem que o seu partido emitisse qualquer manifestação de solidariedade, o ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, que foi deputado federal pelo Rio Grande do Sul, foi solto ontem no presídio de Tremembé, em São Paulo.
A ordem de soltura foi expedida pelo juiz Sérgio Moro, que deu um prazo de 45 dias a Ferreira, para que recolha os 25 mil reais que faltaram para completar o valor da fiança estipulada em 200 mil reais.
A morte de dona Marisa
A morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia consternou ontem a área política, e até mesmo adversários do ex-presidente Lula, como Fernando Henrique Cardoso, fizeram questão de levar suas condolências à família. O gesto de FHC é emblemático, e sinaliza para uma qualidade que precisa ser preservada nestes momentos: a solidariedade humana, deixando à parte o debate político.