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Com exceção do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, presidenciáveis se calam sobre Bolsonaro

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). (Foto: Reprodução)

Logo após a Polícia Federal indiciar o ex-presidente Bolsonaro e mais 36 pessoas pelo plano de golpe, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, parece ter sido o único nome da direita, entre os que despontam para disputar a presidência em 2026, que saiu em defesa do aliado nas redes sociais.

“Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos”.

Ao contrário do ex-ministro, os governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, Romeu Zema, de Minas Gerais, e Ratinho Jr, do Paraná, mantiveram o silêncio e preferiram não se manifestar diante de acusações tão graves envolvendo o ex- capitão em um plano que previa até os assassinatos do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes, em 2022.

Ministros de seu governo, como Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa), integram a lista, assim como o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara.

Ao longo dos últimos anos, Tarcísio vem tentando se equilibrar numa corda bamba entre a radicalidade de seu grupo político e a moderação que tenta imprimir à sua gestão. Nos momentos-chave, como este, porém, o governador se alinha a Bolsonaro, de quem foi ministro da Infraestrutura.

Foi assim, por exemplo, quando enalteceu o ex-chefe em protesto na avenida Paulista, em fevereiro, e de novo no 7 de setembro, quando pediu anistia aos presos pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.

Inquérito da PF

O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o papel de cada integrante do governo de Jair Bolsonaro (PL) na chamada ‘organização criminosa’ apontada pela PF.

O principal nome que consta no documento é do ex-presidente Bolsonaro. Ele é apontado como “líder” que “permeava” todos os núcleos apontados na investigação. Mas principalmente no Núcleo A: Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral.

O inquérito também aponta dois generais que tinham cargos no primeiro escalão do governo como “núcleo duro”: Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Braga Netto foi ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente da chapa derrotada com Bolsonaro.

Foi na casa dele que a PF aponta uma reunião, em novembro de 2022, onde teria sido discutido o planejamento de ataque, inclusive com assassinato de autoridades. A reunião foi reforçada por Mauro Cid ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21).

O general Heleno era chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e tinha a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob seu guarda-chuva.

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