Surpresas com a crise, algumas lideranças empresariais perguntam: como o Estado poderá sair do buraco?
Melhor seria que ampliassem a dúvida: como o Estado caiu nele?
Deveriam se dispor a retraçar os passos errados, participando das correções. Não dá para deixar só nas mãos dos governantes. Representa muito trabalho e disposição para o confronto, mas está provado que não há outra saída. O ponto de partida deve ser se debruçar sobre os meios de controle do déficit público.
Dobradinha forte
O PDT espera que 2022 chegue logo e sonha com a chapa Romildo Bolzan para o governo do Estado e Claudio Lamachia como vice.
Entre duas espadas
As férias justificam o vazio da agenda de visitas de governadores ao Ministério da Economia. Porém, não mudará muito. Em ano eleitoral, chefes de Executivos estaduais não gostam de ser cobrados por tecnocratas sobre o ajuste fiscal. Preferem ir levando como podem para que candidatos de seus partidos não paguem nas urnas pelos cortes de despesas.
Na gangorra
Hoje e amanhã, alguns deputados estaduais da base governista aceleram a análise do projeto de emenda constitucional que modifica direitos dos servidores públicos. Para aprovação, serão necessários 34 votos, que o Executivo ainda não tem.
Bate e rebate
Em uma das reuniões na Assembleia Legislativa, ontem, a direção do Cpers quis saber como ficarão os aumentos nos próximos anos. O representante da Procuradoria Geral do Estado se apressou em responder que “só podem ocorrer com aprovação de lei”.
O deputado Sebastião Melo atacou: “Errado. A Procuradoria já concedeu a si própria aumento salarial sem passar pela Assembleia.” A maioria não conseguiu segurar o riso.
Endereço certo
Pouco adianta lideranças do Cpers correrem atrás de deputados da base aliada porque não vão convencê-los. Terão melhor resultado se marcarem encontros com técnicos da Secretaria da Fazenda, detentores dos números e da chave do cofre.
Sala vazia
A primeira oferta de diálogo com a direção do Cpers foi feita em 1991 por Orion Cabral, secretário estadual da Fazenda no governo Collares. Uma sala chegou a ser reservada para reuniões permanentes. A categoria acompanharia todos os dados de receitas e despesas para ajudar a localizar recursos. Os representantes do magistério jamais compareceram.
Número correto
As assembleias do Cpers, por muitos anos, lotaram o Gigantinho com a participação média de 15 mil professores e não como constou na coluna de ontem.
Passaporte invalidado
Partidos pequenos mas com grife sentem-se injustiçados. Antes, entravam em alianças tipo Arca de Noé para garantir vagas nos Legislativos e sobreviver. A partir deste ano, as portas estarão fechadas por força da nova lei eleitoral.
Sem esperanças
Possíveis candidatos às câmaras municipais procuram partidos para filiação. Perguntam logo sobre disponibilidade de dinheiro para as campanhas. Alegam que o êxito necessita de uma ajudazinha financeira. Saem com as mãos abanando.
Vamos esperar
A Voz do Brasil dedica espaço diário ao Congresso Nacional. É um festival de oba-oba. Quando será que noticiará sobre sessões plenárias não realizadas por falta de parlamentares? Mais as viagens de seus integrantes ao exterior, pagas com dinheiro público e com propósitos turísticos?
Depois da tragédia
No dia 25 deste mês, o rompimento da barragem de Brumadinho completará um ano. Morreram 259 pessoas e 11 estão desaparecidas. Quanto às punições, quase nada.
Assim não dá
A carga tributária das indústrias de roupas e de calçados no Brasil chega perto dos 40 por cento. A média no mundo para os mesmos setores gira em torno de 18 por cento.
Muitos aplaudiam
Num tempo não muito distante, a solução de governos para salvar as finanças do país era cortar três zeros da moeda. Que pobreza!