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“Com Lula preso, cabe a mim não deixar o País descambar ao retrocesso”, disse Ciro Gomes

Segundo ele, é preciso aumentar o serviço sobretudo nos Estados e não somente nos tribunais superiores de Brasília. (Foto: Reprodução)

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou nessa sexta que, com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caberá a ele liderar o campo progressista e impedir o avanço do que classifica como retrocesso e fascismo. “Quando Lula, que é o maior líder popular do país, sofreu o que sofreu, a mim me toca agora, talvez, nesse campo progressista, a responsabilidade maior de não deixar o país descambar para o retrocesso”, disse à imprensa.

Segundo Ciro, sua responsabilidade aumentou após a prisão de Lula. “O Brasil está ameaçado por uma recrudescência do fascismo, que é um fenômeno internacional. E nós os democratas temos que nos levantar e nos organizar e ajudar o povo brasileiro a se vacinar contra esse fenômeno.” Ao mencionar o fascismo, Ciro fez referência ao pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL). “Temos que brigar contra o fascismo e não contra Bolsonaro. Nós vamos enfrentá-lo não por ele, mas pela cadela no cio do fascismo que ele representa”, disse.

O pedetista participou, ao lado de outros pré-candidatos ao Planalto e também ao governo de Minas, de um evento empresarial realizado pelo Lide e pelo Grupo VB Comunicação em Tiradentes (MG). Ao discursar para uma platéia de cerca de 500 empreendedores e políticos, Ciro foi aplaudido pela crítica a Bolsonaro.

Segundo Ciro, o Brasil não deve aceitar que a cultura do ódio seja a resposta para os problemas. “Não vamos resolver os problemas com golpe de frase feita. Muito menos por essa tentação protofascista, moralista, falsa, que segrega brasileiros […]. De quem, por exemplo, pesa o negro em arroba para desconsiderar sua humanidade. Estou falando do nosso adversário fascista que tem que ser denunciado”, disse sobre Bolsonaro.

Bolsonaro foi denunciado por racismo por ter dito, por exemplo, que visitou um quilombo e o “afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”. Ciro também foi aplaudido ao defender, assim como outros pré-candidatos, o fim de privilégios a políticos e autoridades. Ele criticou juízes e procuradores, chamando-os de “donos da verdade” e “maior chibata moral da nação”.

Em seu discurso, Ciro fez uma análise histórica do desenvolvimento brasileiro. “Em 1950 o Brasil era um país que acreditava em si mesmo […]. E agora frequenta as angústias de todos nós. […] O que aconteceu com o Brasil devia ser a grande pergunta que a sociedade deveria exigir que nosso debate aclarasse.”

Ciro afirmou que o país está proibido de crescer devido ao alto endividamento de empresas e famílias e devido à crise fiscal. Ele defendeu contenção de despesas e uma reindustrialização.

Liderança

No mesmo momento em que lideranças petistas pregam que Lula é o único líder político com envergadura para tirar o país da crise e, portanto, deve participar da eleição, Ciro afirma que o país busca uma nova liderança e que está se preparando para isso.

Preso em Curitiba, Lula pediu aos petistas que façam pacto de não-agressão a Ciro. O pedetista afirmou que o pacto não é sequer necessário. “Não é necessário que a gente faça pacto e não é possível que a gente se agrida”, disse.

“Isso não quer dizer que a gente vai conseguir controlar o exagero de um ou de outro. […]  Eu tenho toda a paciência do mundo, compreendo o momento traumático que o PT está vivendo. Sinto dor no coração por tudo que está acontecendo com Lula”, completou.

Ciro evitou responder que futuro prevê para o PT, mas, nos bastidores, afirma que é da natureza do partido disputar a eleição e que Lula exercerá influência de alguma forma. “Todas as vezes que eu fiz análise sobre o PT eu fui muito violentamente agredido por amigos e isso dói. Resolvi não fazer nenhum comentário sobre o PT, que tenha boa sorte.”

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