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Com mais bolsonaristas no Senado, o PT vê risco na saída de aliados para assumir ministérios

Bolsonaristas creem ter o apoio, atualmente, de 29 senadores. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocam na balança os benefícios de convocar senadores eleitos para assumir ministérios. Com a eleição de bolsonaristas que prometem oposição ferrenha, como Damares Alves (Republicanos-DF), Lula vai precisar de políticos experientes para fazer andar pautas de interesse do governo no Senado.

Jaques Wagner (PT-BA), Wellington Dias (PT-PI), Camilo Santana (PT-CE) e Flávio Dino (PSB-MA) são cotados para assumir ministérios. De acordo com um integrante do PT, tirar bons senadores pode esvaziar o Senado de “articuladores necessários para o governo”. “Ministros, você acha muitos. Senadores, não dá pra substituir”, avaliou ele, sob reserva.

Os suplentes dos quatro senadores até são alinhados a Lula, porém menos experientes. São eles: o ex-deputado Bebeto Galvão (Wagner), a socióloga Jussara Lima (Dias), a deputada estadual Augusta Brito (Camilo) e a vice-prefeita de Pinheiro, Ana Paula Lobato (Dino).

O PL de Bolsonaro terá a maior bancada de senadores, com 14 nomes. O número pode aumentar com a migração de partidos menores para a sigla de Valdemar Costa Neto.

Carlos Fávaro (PSD-MT), citado como potencial nome para a Agricultura, tem pouca chance porque a suplente, Margareth Buzetti, é bolsonarista.

Apoios

Logo após ser eleito presidente da República, Lula definiu como prioridade garantir União Brasil, PSD e MDB em sua base aliada no Congresso. Os três partidos já sinalizaram disposição em compor com o petista, mas a definição passará por acertos em torno da eleição da Câmara dos Deputados e de ministérios no novo governo.

União Brasil, PSD e MDB têm, juntos, 143 deputados federais. Excluindo as legendas que hoje fazem parte da base de Jair Bolsonaro (PL), são as siglas mais expressivas no Congresso Nacional, e aliança com elas é necessária para Lula governar o País no próximo ano. Os deputados da coligação do presidente eleito somam 122 integrantes, número insuficiente para aprovar projetos com maioria absoluta.

Do lado do MDB, o apoio ao novo mandatário passa pelo crivo do presidente da sigla, deputado federal Baleia Rossi, do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, e do senador Renan Calheiros. Baleia e Helder elegeram o maior número de deputados, enquanto Renan é ligado a Isnaldo Bulhões Jr., atual líder da bancada emedebista na Câmara.

Os três integrantes do MDB mostram disposição em integrar a base de Lula, mas entendem que a indicação da senadora Simone Tebet, que declarou apoio ao petista após ser derrotada no primeiro turno das eleições presidenciais, a um ministério não é suficiente para o partido embarcar no projeto do novo governo. Ele é vista como alguém da “cota” de Lula.

O apoio teria de estar vinculado à ocupação de outros ministérios ou ao apoio do PT a um candidato emedebista para a Presidência da Câmara. O primeiro caminho é considerado mais viável, dizem integrantes do partido.

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