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Mundo Com mais de 100 mortes e dezenas de desaparecidos, Japão continua o resgate de vítimas de terremoto

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Tremor de magnitude 7,6 atingiu a costa oeste do país no dia 1º de janeiro. (Foto: Yusuke Fukuhara/The Yomiuri Shimbun)

O número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu o Japão no primeiro dia de 2024 chegou a 126, nesse sábado (6), de acordo com as autoridades. Mais de 200 pessoas continuam desaparecidas. Os trabalhos de resgate entraram no sexto dia.

O tremor de magnitude 7,6 atingiu a costa oeste do Japão, causando estragos e desabamentos principalmente na província de Ishikawa. Milhares de pessoas ainda aguardam ajuda, segundo o governo.

Esse foi o terremoto mais mortal que atingiu o Japão em quase oito anos. Além disso, mais de 500 pessoas ficaram feridas.

Ao todo, 30 mil pessoas precisaram deixar as próprias casas. Enquanto isso, socorristas procuram por desaparecidos e possíveis sobreviventes entre escombros de edifícios que desabaram.

O trabalho de socorro às vítimas também foi impactado pelo bloqueio de estradas, que ficaram destruídas com o terremoto. A dificuldade no acesso tem impedido a entrega de kits de ajuda.

Moradores formaram grandes filas em supermercados neste sábado, na região mais afetada, em busca de suprimentos básicos.

Tsunami

Logo após o tremor de magnitude 7,6, o serviço meteorológico chegou a emitir um alerta para risco de um “grande tsunami”, com ondas de até 5 metros. Todos os alertas foram suspensos no começo da semana. Ainda assim, ondas de cerca de 1 metro foram registradas em regiões próximas ao epicentro do tremor mais forte.

De acordo com a agência Reuters, imóveis e veículos acabaram sendo atingidos pela força do mar. Ao todo, cerca de 140 tremores foram registrados na região em 24 horas.

Dormindo em carros

Embora os deslocados tenham lotado os centros de evacuação de Wajima em busca de comida, água e outros itens básicos, alguns residentes estão optando por dormir em seus carros. Os terremotos de 1º de janeiro destruíram a casa de madeira de Yutaka Obayashi, 75 anos, e sua esposa Akiko, 73 anos. Mas depois de passarem uma noite em um local de evacuação improvisado em um centro comunitário, eles decidiram ir para casa e dormir em seu pequeno veículo.

“Os olhos das pessoas me deixam muito nervoso”, disse Obayashi à Reuters, enquanto sua esposa descansava em um assento reclinado no carro. “Eu simplesmente não gosto de viver com muitas pessoas ao meu redor.”

As autoridades meteorológicas alertaram para a possibilidade de fortes nevascas na região desde o final deste domingo até o início de segunda-feira (8), o que poderia desencadear desastres secundários, como deslizamentos de terra.

Os estrondos sísmicos continuam, com um terremoto de intensidade 5 na escala sísmica do Japão na cidade de Anamizu na manhã deste sábado.

Ayuko Noto, sacerdotisa do santuário Juzo de Wajima, cuja história remonta a 1.300 anos, também optou por dormir em seu carro junto com seus familiares, embora sua casa tenha resistido aos terremotos.

Dessa forma, eles esperam proteger-se de novos grandes terremotos e possíveis ondas de tsunami.

“Os tremores secundários ainda continuam”, disse Noto, 47 anos. “Estamos escolhendo nosso carro em vez de nossa casa para que possamos fugir imediatamente caso outro grande tremor aconteça”.

Questionada sobre quanto tempo eles continuariam fazendo isso, ela respondeu: “Simplesmente não tenho uma resposta para isso”.

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