Sábado, 08 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2019
A soma de crise econômica e melhoria nos mecanismos de controle e acesso ao Bolsa Família fizeram o mês de maio registrar um recorde no número de famílias contempladas com o auxílio. Ao todo, 14,3 milhões de beneficiários começaram a receber os pagamentos na segunda-feira (20) – maior contingente desde 2004, quando o programa federal teve início. O desembolso total também foi o maior da história: R$ 2,67 bilhões.
Segundo o Ministério da Cidadania, responsável pelos pagamentos, 264 mil famílias foram incluídas no programa neste mês. “Devido ao aperfeiçoamento do programa e ao cruzamento das informações dos beneficiários, a fila de espera permanece zerada”, informou a pasta. O número de maio supera o recorde de novembro de 2018, quando 14,2 milhões de famílias foram beneficiadas. A média de valor pago por mês é de R$ 186. Das 14,3 milhões de famílias, mais de 13 milhões estão em situação de extrema pobreza, com renda per capita mensal de até R$ 89.
O pagamento do Bolsa Família dura sempre duas semanas. Desta vez, começou no dia 20 e vai até o dia 31. A família tem data específica de depósito do governo, conforme o número final de cadastro. O número de famílias que recebem o Bolsa Família varia mensalmente por conta das fiscalizações e das atualizações cadastrais, que resultam em inclusões, suspensões, cancelamentos e desligamentos voluntários. As novas adesões são feitas com base no CadÚnico (Cadastro Único), do governo federal.
O aumento vem um mês após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciar o pagamento de uma 13ª bolsa aos beneficiários. Mas o governo também informou que, por conta disso, neste ano não haverá reajuste pela inflação do valor pago aos beneficiários.
A OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) recomendou que o Brasil invista mais no Bolsa Família e aumente o limite de renda para que as pessoas se enquadrem no programa. As medidas ajudariam o País a tirar mais pessoas da pobreza.
Boa notícia
Para o pesquisador do tema Cícero Péricles Carvalho, o aumento no número de beneficiários é uma boa notícia em meio a uma má notícia. “O crescimento resulta de uma combinação da melhoria dos mecanismos de acesso ao programa e o crescimento da pobreza nestes três últimos anos”, relatou.
Segundo ele, a medida tem um impacto social e econômico significativo, principalmente nas pequenas localidades, como interior das cidades e bairros periféricos. “Neste momento, é bom lembrar, o programa Bolsa Família e o BPC [Benefício de Prestação Continuada] pago a 4,7 milhões de famílias pobres constituem as únicas fontes de renda e são mecanismos de defesa das famílias mais pobres, especialmente no Norte e Nordeste, mas também têm presença forte nas áreas ricas, como o estado de São Paulo, em que 1,5 milhão de famílias se beneficiam do programa e quase 800 mil recebem o BPC”, afirmou.
Em nota, o Ministério da Cidadania informou que a fila de espera do Bolsa Família está zerada há 22 meses. “Isto significa que todo cidadão que procura os postos de atendimento do Programa se inscreve no Cadastro Único e tem perfil para ingressar no Bolsa Família passa a receber os benefícios em até 45 dias, prazo estimado para o cadastramento e checagem dos critérios de elegibilidade das famílias.”