Terça-feira, 25 de março de 2025
Por Redação O Sul | 13 de março de 2020
Um cruzeiro que está atracado no porto de Punta del Este, no Uruguai, desde as 6h desta sexta-feira (13), não obteve permissão do governo local para autorizar o desembarque dos passageiros, que estavam sendo mantidos dentro da embarcação.
O ministro do Turismo do Uruguai, Germán Cardoso, anunciou durante a manhã que a autoridade sanitária decidiu não autorizar o desembarque do cruzeiro, que estava previsto para acontecer nas primeiras horas do dia, por receio do coronavírus.
O navio, MSC Poesía, saiu de Buenos Aires (Argentina), teria o primeiro desembarque em Punta del Este nesta sexta e um segundo desembarque em Santos (SP) no domingo (15). Na embarcação há cerca de 2.500 pessoas. Elas estão sendo avisadas que o governo local estuda a possibilidade de liberação do desembarque.
O administrador brasileiro Carlos Eduardo Mourão, de 39 anos, que está no cruzeiro, afirmou que a previsão era de que o desembarque ocorresse por volta das 9h e o embarque novamente às 13h.
“Seria uma dinâmica corrida. Por volta das 8h, quando a gente estava tomando café, a administração anunciou que, por causa do coronavírus, o governo do Uruguai estava decidindo se ia liberar o desembarque dos passageiros para fazer os passeios”, disse.
Primeiros casos
Após a confirmação dos quatro primeiros casos de coronavírus no país, o governo uruguaio declarou emergência sanitária em todo seu território e anunciou o fechamento parcial de suas fronteiras na noite desta sexta (13).
Segundo o presidente Luis Lacalle Pou, qualquer passageiro que chegar de um país considerado de risco terá obrigatoriamente que ficar de quarentena — a lista atualmente inclui China, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Irã, Itália, França e Alemanha, mas pode ser atualizada a qualquer momento.
Além disso, o desembarque de cruzeiros está proibido e todos os espetáculos públicos foram cancelados.
Suspensão de voos
Diversos países sul-americanos anunciaram a suspensão de voos para a Europa, Ásia e Estados Unidos nas últimas 24 horas como forma de evitar a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
O presidente da Argentina, Alberto Fernandez, informou que firmou um decreto que proíbe por 30 dias voos para países afetados pela nova doença o que, além dos países europeus, inclui a China, o Irã, o Japão, os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
Em um mensagem divulgada por rádio e televisão, o chefe de Estado informou que a medida entrará em vigor a partir da próxima terça-feira (17) e que, até então, as companhias áreas poderão operar para permitir o retorno dos cidadãos desses países à sua terra natal. Até o momento, são 21 casos confirmados no país.
Já a presidente interina da Bolívia, Jeanine Anez, anunciou uma série de medidas para evitar a possibilidade de expansão do vírus, entre as quais, a suspensão dos voos de e para a Europa a partir deste sábado (14). Além disso, o governo anunciou um aumento da fiscalização sanitária tanto nos postos de fronteiras como nos aeroportos para quem entra e sai da nação até o dia 31 de março.
Anez ainda proibiu a “realização de eventos públicos de massa com a participação de mais de mil pessoas, entre os quais, concertos de música, eventos culturais e similares”. No momento, a Bolívia tem três casos de contágio da Covid-19.
Por sua vez, uma comissão especial criada pelo presidente peruano, Martin Vizcarra, para combater a expansão do coronavírus no país anunciou a suspensão de voos que tem como proveniência a Europa e a Ásia. Segundo um decreto publicado na quinta-feira (13), as novas ações de prevenção, controle e proteção dos cidadãos será feita em uma parceria com a Superintendência das Migrações, o Instituto Nacional de Defesa Civil e representantes de governos regionais. São 22 casos de contaminação do Sars-CoV-2 no país.
No Paraguai, a partir deste sábado, também estão suspensos tanto voos que chegam quanto que partem para a Europa. Conforme comunicado do ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, no momento não serão fechadas as fronteiras, mas a medida pode ser tomada conforme o andamento da crise. No momento, há seis pacientes com Covid-19 no país.