Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2017
Com a décima troca de membros titulares da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), pela primeira vez, segundo mapeamento do jornal O Globo, o presidente Michel Temer chegou a obter a maioria dos votos declarados para barrar a denúncia contra ele feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais aliados de Temer, assumiu a vaga de Lincoln Portela (PRB-MG), que assumiu seu voto a favor da denúncia mesmo depois de a base aliada ter iniciado a troca de deputados na comissão.
Há ainda a expectativa de mais trocas na comissão, como no caso do deputado Espiridião Amin (PP-SC), que é da base e anunciou voto a favor da denúncia.
Novos integrantes
Uma das parlamentares que se posicionou a favor do presidente nesta terça-feira (11) foi Magda Moffato (PR-GO), que virou titular da comissão ontem justamente para que seu partido dê os votos contra a denúncia.
“Minha preocupação é com o País, não com o futuro de Michel Temer. A saída do presidente causaria uma grande desestabilização no País. Temos que pensar na nossa nação, não no presidente. Não quero que o Brasil vire uma Venezuela, que no prazo de dois anos tenhamos cinco presidentes. Temos que acabar com a corrupção e não com o País. Com as medidas adotadas pela atual gestão, a economia estava se recuperando e o País estava estável.
Os deputados precisam votar com responsabilidade. A decisão não pode vir por raiva, emoções do momento ou ódio contra alguém”, disse Magda.
Entre os deputados que assumiram publicamente o apoio a Temer está o tucano Paulo Abi Ackel (MG). Ele afirmou ter tomado essa posição após analisar o parecer do deputado Sérgio Zveitter (PMDB-RJ) e a defesa feita pelo advogado Antônio Cláudio Mariz.
“Decidi após ouvir ontem tanto a denúncia quanto a defesa. Vou votar contra a admissibilidade”, anunciou o tucano.
Também anunciaram posição nessa terça-feira o deputado Domingo Neto (PSD-CE) e Soraya Santos (PMDB-RJ), que assina o voto em separado apresentado pela bancada de seu partido pela rejeição da denúncia.
Expulsão de Zveiter
Com aval de Temer, o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), está fechando o cerco ao relator da CCJ, Sergio Zveiter. Sabendo disso, o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), reagiu e ameaça promover uma “guerra interna” se houver fechamento de questão para toda a bancada de 63 deputados do partido contra a denúncia. Pedro Paulo está enviando carta ao líder Baleia ameaçando sair do partido se Zveiter for expulso.
A expulsão de Zveiter já é defendida por deputados da tropa de choque como o deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
“Vamos para a guerra. Não vamos permitir fechamento de questão para toda a bancada, na Executiva. Não aceito patrulhamento para que defina o meu voto. Quando houve o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, não houve fechamento de questão”, disse Pedro Paulo.
Pedro Paulo está mobilizando os deputados do Rio de Janeiro para reagirem às pressões para a saída de Zveiter do partido.
“Isso seria um desrespeito ao partido. Se isso ocorrer, vou avaliar o meu desligamento também”, disse Pedro Paulo.
Mas ele acha que a decisão deve ocorrer imediatamente e não em agosto. Para ele, o País não pode ficar esperando.
“Não dá para ficar esperando. Não há hipótese de ser em agosto. O País não pode ficar esperando”, disse ele. (AG)