Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2021
A pandemia de coronavírus na Alemanha começa a entrar em um período considerado bastante difícil, com alta nas estatísticas sobre pacientes em estruturas hospitalares do tipo UTI. Essa situação é reforçada pelo ministro da Saúde do país europeu, Jens Spahn, enquanto líderes locais alertaram para a necessidade de um novo lockdown, exceto se for adotada alguma ação emergencial.
Em reuniões e eventos realizados nos últimos dias, Spahn concordou com secretários regionais da Saúde sobre a avaliação de que, no futuro, todos deveriam receber reforço vacinal em um prazo de seis meses após a primeira injeção.
Com o agravamento da situação, autoridades já precisaram realocar alguns pacientes de regiões cujos hospitais estão sobrecarregados. Trata-se, afinal, de um quadro que já começa a lembrar alguns dos piores momentos da pandemia que castiga o planeta há mais de 20 meses.
Spahn também tem aproveitado para reiterar os apelos aos cidadãos alemães para que se vacinem e observem as medidas de distanciamento social: “Qualquer um que pense que é jovem e invulnerável deveria conversar com funcionários das unidades de tratamento intensivo para ver que a realidade não tem sido exatamente assim”.
“Se demorarmos muito agora, isso terminará em um lockdown, como no ano passado”, disse Michael Kretschmer, líder da Saxônia. Já o premiê da Turíngia, Bodo Ramelow, avalia que é uma questão de dias para a situação do coronavírus torne os leitos de tratamento intensivo dos hospitais insuficientes.
“Quarta onda”
A chamada “quarta onda” da pandemia na Alemanha tem se comportado exatamente como os especialistas temiam: pouca população vacinada e relaxamento das medidas de proteção, fazendo disparar os registros de infecções.
A incidência acumulada é de 154,5 casos para cada 100 mil habitantes, mas na Alemanha é calculada em sete dias, então traduzido para os padrões espanhóis (incidência em 14 dias), por exemplo, estaria em torno de 300. Na Espanha não chegam a 50.
“A vacinação caminha com muita lentidão. Precisamos de mais agilidade para evitar surtos desnecessários”, lamenta Hajo Zeeb, epidemiologista do Instituto Leibniz de Pesquisa Preventiva e Epidemiologia.
Ela vê duas opções para melhorar o percentual de imunizados: vacinação obrigatória para determinados grupos profissionais e intensificar esforços para aproximar a imunização de todos, utilizando “equipes móveis e proporcionando fácil acesso, principalmente para a população mais jovem, entre 12 e 17 anos”.
Novos casos
Somente na última sexta-feira (5), a Alemanha relatou 37.120 novos testes positivos de coronavírus. Esse foi o segundo dia consecutivo em que o país registrou o maior aumento diário de casos desde o começo da pandemia.
Até a última quinta-feira (4), havia 2.503 leitos desocupados em unidades de tratamento intensivo do país, menos do que os cerca de 3.100 do início de outubro, de acordo com dados da associação de medicina intensiva e de emergência Divi.