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Mundo Com o aumento das tensões entre Rússia e potências ocidentais, saiba qual é o risco de uma Terceira Guerra Mundial

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A explosão aconteceu perto de um prédio governamental onde as forças russas estão operando. (Foto: Reprodução)

Na noite da última segunda-feira (25), o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, fez um alerta grave sobre os riscos de o conflito na Ucrânia se expandir e se tornar uma Terceira Guerra Mundial.

Em uma entrevista à emissora estatal Canal Um, um jornalista perguntou ao ministro o quão séria era a ameaça de uma nova Grande Guerra, comparando a situação atual à crise dos mísseis em Cuba, em 1962.

Lavrov respondeu:

“Agora os riscos são muito significativos. Não quero os inflar artificialmente. Há muitos que o desejam. O perigo é sério, real. Ele não pode ser subestimado.”

Há vários motivos para acreditar que Lavrov quis soar intimidador, em vez de apenas ter feito uma análise fria do que realmente pensa. As suas ameaças podem minar tanto o apoio à ajuda militar dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) à Ucrânia, quanto às sanções econômicas contra a Rússia. Moscou sabe que, em um conflito direto com a Otan, os riscos de um apocalipse nuclear seriam elevados. Apesar disso, o chanceler russo também disse que “uma guerra nuclear é inaceitável. Esta é a posição de Moscou”.

Se o risco de uma nova Guerra Mundial — que pode ou não envolver o uso de armas nucleares — permanece baixo, ele, no entanto, não é zero. Embora os EUA e seus aliados continuem a dizer que não se envolverão diretamente no conflito, sua participação se intensifica de modo gradual, e há várias formas como os países podem ser arrastados para um confronto direto, independentemente do que pretendam neste momento.

Há vários agravantes das tensões. A maioria das análises entende que a guerra se encerrará com um acordo diplomático, sem uma vitória completa de nenhuma das partes, mas o diálogo entre Kiev e Moscou perdeu força há semanas. No campo de batalha, os métodos se tornam mais destrutivos. Fora dele, os ataques verbais ficam cada vez mais virulentos. A Otan também agora demonstra abertamente a ambição de minar o poder do Kremlin, o que pode tornar Vladimir Putin mais imprevisível.

Os cenários concebíveis para a transformação da guerra da Ucrânia em um conflito direto entre superpotências variam desde um ataque russo contra linhas de abastecimento militar em países vizinhos da Ucrânia como a Polônia, que motivem retaliações da Otan, até o disparo precipitado de uma ogiva atômica por Rússia ou Estados Unidos.

Definição de guerra

A primeira discussão é sobre o que significaria uma nova guerra mundial. Segundo Stephen Werthein, do Fundo Carnegie para a Paz Internacional, “a Terceira Guerra Mundial teria de pelo menos envolver uma guerra convencional ou nuclear entre as forças russas e da Otan”. Ele não considera necessário desenvolver uma definição rígida do termo e discorda de quem diz — como o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky — que essa guerra já pode ter começado.

“Hoje não estamos em uma situação tão dura. As forças russas estão lutando para derrotar a Ucrânia, um adversário muito menos imponente do que a Otan seria. A Rússia não atacou países da Otan. A Rússia seria muito tola em tentar fazê-lo”, afirmou Wertheim em uma entrevista.

O apoio da Otan à Ucrânia, no entanto, cresce a cada dia. Na segunda, no final da breve visita à Ucrânia e horas antes da declaração sobre o risco de uma guerra mundial de Lavrov, o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, declarou que o objetivo dos Estados Unidos é querer “ver a Rússia enfraquecida a ponto de não poder fazer o tipo de coisa que fez ao invadir a Ucrânia”.

Na mesma visita, Austin falou com otimismo sobre a perspectiva de uma vitória ucraniana. Segundo o New York Times, os comentários de Austin, reforçados por declarações do secretário de Estado, Antony Blinken, sobre como Putin “já perdeu” na luta pela Ucrânia, expressam uma decisão tomada pelo governo Biden de que a Ucrânia, com a ajuda ocidental, derrotará militarmente as forças russas nos próximos meses, à medida que a batalha avança para o Sul e Leste do país.

A decisão dos EUA e seus aliados de aumentarem o fornecimento de armas a Kiev, anunciada na terça (26), tem a ver com esse otimismo. Em uma reunião com mais de 40 países, Austin afirmou que eles estão preparados para mover “céus e terra” para dar mais armas e munições para a Ucrânia, para que ela possa continuar a combater a “invasão injusta” da Rússia.

“A Ucrânia claramente acredita que pode vencer e todos aqui também”, disse Austin.

O fornecimento de armas ocidentais, no entanto, pode motivar a Rússia a lançar um ataque contra essas linhas de suprimento militar — possivelmente, em território polonês. A Polônia é um membro da Otan e, se atacada, a aliança se veria impelida a retaliar. Mesmo que a retaliação fosse limitada — a Otan é atravessada por hierarquias políticas, e a influência dos países do Leste é menor do que, por exemplo, a da Alemanha —, isso poderia desencadear uma espiral de agressões fora do controle.

Além disso, a Rússia pode buscar uma medida intimidatória contra um país da Otan caso se sinta sob ameaça. O Ministro das Forças Armadas do Reino Unido, James Heappey, disse ser legítimo que a Ucrânia use armas ocidentais para atacar alvos dentro da Rússia. Isso pode levar o Kremlin a alegar um temor existencial e tomar uma medida muito agressiva — como um ataque nuclear limitado — como forma de dissuasão.

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