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Por Redação O Sul | 6 de março de 2020
Com o rápido avanço do coronavírus na Europa, autoridades de saúde da União Europeia manifestaram, nesta sexta-feira, preocupação com uma possível escassez de medicamentos. O temor é o de que a epidemia paralise a fabricação de remédios na China e na Índia, países que respondem por mais de um terço da produção de fármacos, como explicou o ministro da Saúde da República Tcheca, Adam Vojtech. As informações são do jornal O Globo e de agências de notícias internacionais.
“Isso (já) é um problema e será um problema (ainda maior) no futuro. Um terço da produção de remédios está na China agora, e a Índia também parou de exportá-los. Dependemos desses países. A UE deveria trabalhar em uma estratégia para o futuro de forma rápida, porque é (um problema) urgente”, disse Vojtech, ao “Financial Times”.
O ministro da Saúde da Dinamarca, Magnus Heunicke, afirmou que o receio está mobilizando autoridades da área do país. Especialistas já estão trabalhando em conjunto com o restante do bloco para garantir que “teremos os remédios que precisarmos”.
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças da União Europeia, 3.385 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus desde o início da epidemia global, grande parte na China (3.044). A doença surgiu na China no fim de dezembro na cidade de Wuhan, na província de Hubei, região central do país. O número de pessoas infectadas com o novo coronavírus no mundo ultrapassou a marca de 100 mil nesta sexta-feira, segundo um levantamento da agência Reuters.
A Agência de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA) anunciou na última quinta-feira (6) o primeiro caso de falta de medicamentos em decorrência do coronavírus, embora não tenha informado qual remédio foi afetado.
Segundo o FDA, o fabricante informou que um dos principais componentes do medicamento teve a produção afetada pela epidemia. A agência informou, porém, que há no mercado remédios similares que podem ser usados pelos pacientes.
“Estamos trabalhando com o fabricante e com outras empresas e faremos todo o possível para mitigar a escassez”, disse o FDA em nota.
Esta semana, o FDA identificou cerca de 20 remédios que dependem total ou parcialmente de componentes produzidos na China e contactou os fabricantes para saber que eles enfrentam falta de produtos em decorrência da epidemia.