Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2017
Olhos de azul intenso, cabelos louros e brilhosos, sorriso largo, voz forte e porte aristocrático. Sempre que Ana Maria Nascimento e Silva surgia na tela, chamava a atenção e chegava a ofuscar os protagonistas com quem contracenava.
Atriz, produtora e apresentadora, Ana Maria morreu na quinta-feira (30) no Rio de Janeiro. Aos 65 anos, ela lutava contra um câncer de mama. O velório foi marcado para este sábado (2), no Memorial do Carmo, localizado na Zona Norte da capital fluminense, a partir das 9h. A cerimônia será realizada até as 15h, quando a artista será cremada.
Nunca foi uma estrela da TV, mas soube marcar presença a cada trabalho na teledramaturgia. O impacto inicial de sua beleza revelava, a seguir, uma atriz de elevada expressividade.
Ana Maria era viúva de Paulo César Saraceni, morto em 2012. Ela deixa dois filhos e duas netas. Filha de Harry Anastassiadi, ex-presidente da Fox Film na América Latina, a atriz era também formada em História da Arte e realizou cursos de especialização na Europa.
Cinema
O cinema entrou de fato na vida de Ana Maria no filme “Paraíso no Inferno”, de 1977, dirigido por Joel Barcelos. A carreira na tela grande incluiu atuações em produções como “O Bem Dotado – O Homem de Itu”, longa de 1978 no qual ela atuava ao lado de Nuno Leal Maia.
Nos anos 1980, a atriz participou de produções como “A Mulher Sensual” (1981) e “Ao Sul do Meu Corpo”, com direção de Paulo César Saraceni. Dentre as novelas nas quais Ana Maria atuou estão sucessos como “O Salvador da Pátria”, que entrou no ar em 1989, “Quatro por Quatro” (1994) e “Zazá” (1997).
Na TV, também participou de “Araponga” (1990) e “Engraçadinha… Seus amores e seus pecados” (1995). A última novela foi “Jamais te esquecerei” (2003), do SBT.
Produtora
Paralelamente à atuação, Ana Maria trabalhou como produtora de cinema e apresentadora.
Ela comandou um programa de entrevistas na CNT e fez parte do time de jurados de calouros do “Cassino do Chacrinha”.
Após os 50 anos, Ana Maria preferiu o ofício nada glamouroso dos bastidores do que a exposição midiática proporcionada pelas telenovelas.
Politizada e ativista das artes, foi secretária de cultura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e criadora do Paracine (Festival de Cinema de Paraty), cidade no litoral do Estado do Rio.