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Com posse nesta segunda, o novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, monta equipe para pacificar o Ministério Público

Até agora, Gonet vem mantendo o seu perfil sóbrio e cauteloso - evitando polêmicas, em especial as relacionadas ao mundo político. (Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE)

O novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, toma posse nesta segunda-feira (18) e escolhe novos nomes para sua equipe mirando pacificar e virar a página no Ministério Público, acabando com a guerra entre grupos. Alexandre Feitosa vai ser seu vice-procurador-geral Eleitoral, e Raquel Branquinho comandará a Escola Superior do Ministério Público da União.

Gonet já havia definido também o seu sub na PGR. Hindemburgo Chateaubriand será o vice-procurador-geral, nome de sua confiança e seu amigo pessoal. Hindemburgo é visto como procurador que tem o mesmo perfil de Gonet: garantista, pacificador e que buscará uma Procuradoria-Geral da República sem operações pirotécnicas, mas rigorosa na proteção à democracia e contra a corrupção.

Alexandre Feitosa e Raquel Branquinho são dois nomes que não tiveram atuação em operações criticadas tanto dentro da Procuradoria-Geral como no Congresso, como a Operação Lava-Jato. Os dois foram escolhidos na mesma linha definida por Gonet, de trazer equilíbrio e tranquilidade para a PGR, para que não haja uma divisão que prejudique os trabalhos do Ministério Público.

Gonet também já definiu sua secretária-geral. Vai ser mantida a atual, que trabalhou no período de Augusto Aras, a subprocuradora Eliana Torelly.

Paulo Gonet foi escolhido por Lula e teve 65 votos de senadores a favor de sua indicação pelo presidente da República. Ele contou com o apoio dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mas também de outros integrantes da Suprema Corte.

O nome de Gonet também foi bem recebido entre procuradores que eram opositores a Augusto Aras. Na avaliação de integrantes da Associação Nacional de Procuradores da República, o novo PGR vai trabalhar para unificar a categoria, o que é visto como essencial para fortalecer e melhorar a imagem do Ministério Público da União.

Durante o período Augusto Aras, que esteve no comando da Procuradoria-Geral da República durante o mandato do ex-presidente Bolsonaro, o Ministério Público da União esteve em pé de guerra. Aras decidiu acabar com a Força Tarefa da Lava Jato e isolar os procuradores que nela trabalharam e os que a apoiaram nos últimos anos.

Isso criou um clima de turbulência dentro da PGR. Segundo um procurador, Augusto Aras instalou um período de perseguição dentro do Ministério Público.

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