Segunda-feira, 10 de março de 2025
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2024
Devido às fortes chuvas que estão sendo previstas para este fim de semana e a quantidade de entulho ainda presente nas ilhas de Porto Alegre, a Marinha do Brasil, por meio do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em Apoio à Defesa Civil do Rio Grande do Sul, posicionou parte do seu efetivo, assim como embarcações, na base de operações avançada na Ilha da Pintada, localizada na Escola Almirante Barroso.
A medida visa garantir atendimento imediato à população em caso de enchente ou inundação. Além disso, o restante do Grupamento ficará de prontidão na base expedicionária em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, já com os meios pré-carregados e prontos para serem acionados em caso de enchentes.
Uma operação semelhante foi realizada pelos Fuzileiros Navais em 2016 no Haiti, quando o furacão Matthew causou inundações que deixaram 546 mortos, mais de 175 mil desabrigados e cerca de US$ 2 bilhões em danos. Na ocasião, os militares foram posicionados estrategicamente no local onde passaria o olho do furacão, permitindo uma resposta imediata após o evento. As lições aprendidas durante essa missão serão aplicadas na atual operação no Rio Grande do Sul, conforme explicou o Comandante do Grupamento, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Carlos Eduardo Gonçalves da Silva Maia.
O Comandante destacou que, dessa forma, os Fuzileiros Navais serão os primeiros a chegarem à cena de ação. “Assim podemos oferecer assistência inicial à população caso haja uma grande evolução das chuvas. No Haiti, os militares abriram caminho com pás e enxadas, desobstruindo vias para que os caminhões com ajuda humanitária pudessem chegar até as populações desassistidas”, afirmou.
Ao longo dos seus mais de 200 anos de existência, o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil participou de diversas missões humanitárias, dentre elas destaca-se justamente a passagem do furacão Matthew, no Haiti, em 4 de outubro de 2016. Na época, os Fuzileiros foram preposicionados estrategicamente no local onde passaria o olho do furação, permitindo iniciar a ação de forma imediata. Na ocasião, devido ao seu caráter expedicionário e de pronto emprego, os Fuzileiros Navais do 24º Contingente da Operação MINUSTAH (operação que durou de 2004 a 2017), em conjunto com a Companhia de Engenharia do Exército Brasileiro, atuaram na região mais atingida, desobstruindo de estradas para a chegada de assistência. Assim como no Rio Grande do Sul, a devastação foi imensa e a população necessitava de auxílio urgente para retomar a normalidade.
No dia 7 de outubro daquele ano, um pelotão de Fuzileiros Navais foi a primeira tropa a conseguir chegar, por terra, à cidade de Jeremy, a mais afetada pela catástrofe. Da mesma forma, no Rio Grande do Sul, o Grupamento de Fuzileiros Navais foi acionado rapidamente, enviando um destacamento precursor de 75 militares, os primeiros a iniciar os salvamentos.
Baseada na experiência do Haiti, a Marinha do Brasil montou uma operação naval, enviando meios operativos do Rio de Janeiro pelos modais marítimo e terrestre. Pelo mar, o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”, maior navio da Força Naval, que transportou duas estações móveis para tratamento de água, capazes de produzir um total de 20 mil litros de água potável por hora. Outros 11 navios, 78 embarcações, 12 aeronaves e centenas de viaturas e militares também participaram desse esforço logístico.
Por terra, foram enviadas outras 40 viaturas com centenas de Fuzileiros Navais para atuar com diversas capacidades, dentre elas foram empregados em ações de socorro humano e animal, desobstrução das vias de acesso, além de ações assistenciais, por meio de equipes de apoio à saúde, formadas por médicos e enfermeiros. O primeiro contingente do Grupamento Operativo contou com cerca de 400 militares e mais de 50 viaturas, incluindo barcos, ambulâncias, caminhões, Carros Lagarta Anfíbios e blindados sobre rodas “Piranha”. As informações são da Agência Marinha de Notícias.