Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2024
O aumento da tensão política na Venezuela às vésperas da eleição presidencial levou o Brasil a reforçar os postos de atendimento na fronteira com o país, nos Estados de Roraima e do Amazonas. A operação Acolhida, que cuida da região, registrou um aumento no número de venezuelanos que chegam ao Brasil nos últimos dias. Além disso, as Forças Armadas estão em “estado de alerta” na região. A votação está marcada para este domingo (28).
Serviços de inteligência, como o da Polícia Federal, vêm informando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a evolução dos acontecimentos no país vizinho. Equipes que atuam no lado brasileiro da fronteira afirmaram ao blog que os venezuelanos em fuga relatam um clima de tensão no país – e um temor de guerra civil depois das ameaças do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que é candidato à reeleição.
O governo da Venezuela fechou as suas passagens fronteiriças desde sexta-feira (26) até segunda-feira (29) para “prevenir atividades de pessoas que possam representar ameaças à segurança” por ocasião das eleições presidenciais que se realizarão neste domingo (28), segundo o decreto publicado no Diário Oficial.
As pontes internacionais foram fechadas com base na medida, informou o general Domingo Hernández Lárez, comandante estratégico operacional das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB), na rede social X.
O decreto estabelece também o encerramento das fronteiras marítimas e aéreas, a proibição do porte de armas de fogo, a venda de bebidas alcoólicas, manifestações públicas, entre outras medidas.
Após o anúncio, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, denunciou que um avião que transportava ex-presidentes não foi autorizado a decolar no Aeroporto Internacional de Tocumen para acompanhar o processo eleitoral venezuelano. Também detiveram uma delegação de dez membros do Partido Popular (PP) espanhol no aeroporto de Caracas, segundo o líder da sigla, Alberto Núñez Feijóo.
Segundo publicado pelo El País, na aeronave estavam a ex-presidente do Panamá Mireya Moscoso (1999-2004) e o ex-presidente do México Vicente Fox (2000-2006), além de outros antigos chefes de Estado. A medida ocorre em meio a preocupação do governo do Brasil e de outros países da região com a condução do processo eleitoral na Venezuela – e após a administração do líder venezuelano, Nicolás Maduro, impedir a participação de diversos candidatos da oposição no pleito.
Após a denúncia do presidente panamenho, o ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martínez Acha, disse que convocou a missão diplomática da Venezuela no País para explicar por que as autoridades venezuelanas não permitiram a decolagem do avião. Em entrevista coletiva, o chanceler afirmou que “o governo da Venezuela bloqueou o espaço aéreo de seu País para a empresa Copa Airlines”.
“O governo da Venezuela reteve um avião da Copa que fazia a rota Caracas-Panamá, e também não deixou decolar um voo que fazia a rota Panamá-Caracas devido a um incidente com passageiros destacados. A República do Panamá respeita os processos democráticos internos da Venezuela, mas não pode permitir que aviões de sua companhia aérea de bandeira com panamenhos a bordo sejam retidos por questões políticas alheias ao Panamá”, disse Martínez Acha.