Domingo, 05 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2023
Aliança de seis partidos da oposição tentam derrotar atual presidente (E), que está há 20 anos no poder
Foto: ReproduçãoO segundo turno das eleições presidenciais na Turquia acontece neste domingo (28), marcada pelo fato de a oposição ameaçar derrotar Recep Tayyip Erdogan e tirá-lo do poder após 20 anos.
Ele disputa contra Kemal Kilicdaroglu, integrante de uma aliança sem precedentes de seis partidos e líder do Partido Republicano do Povo.
Pesquisas antes do primeiro turno previam uma corrida eleitoral acirrada entre ambos, mas, para surpresa de alguns, Erdogan conseguiu vantagem de cerca de cinco pontos percentuais, conquistando 49.52% dos votos. Era necessário ultrapassar a barreira dos 50% para que ele fosse eleito.
A corrida representa o maior desafio até agora para o líder turco há 20 anos, Erdogan, que enfrentou cenário econômico adverso e críticas devido ao impacto do devastador terremoto de 6 de fevereiro. Entretanto, agora ele desponta como favorito.
Ele chegou ao poder em 2003, como primeiro-ministro, e se tornou o presidente em 2014, ampliando os poderes do cargo a partir de uma reforma constitucional três anos depois. Ele foi reeleito em 2018.
No topo da lista de preocupações dos eleitores está a economia e os danos causados pelo terremoto. Mesmo antes do desastre de fevereiro, a Turquia lutava contra o aumento dos preços e uma crise cambial que em outubro viu a inflação atingir 85%.
Apoio do terceiro colocado e promessa
Na segunda-feira (22), um movimento que pode ser decisivo aconteceu a favor de Erdogan: o terceiro colocado no primeiro turno das eleições presidenciais da Turquia, Sinan Ogan, anunciou apoio ao atual líder.
Ogan recebeu 5,17% dos votos, afirmando que só apoiaria algum dos dois se adotassem políticas rígidas em relação aos refugiados e a alguns grupos curdos que ele considera terroristas.
Erdogan, por sua vez, prometeu continuar com cortes de taxas de juros para reduzir a alta inflação. Em entrevista, pontuou ainda que isso significa que não mudará a política econômica.
Como funcionam as eleições na Turquia
As eleições para presidente e para o Parlamento na Turquia acontecem simultaneamente a cada cinco anos. Os partidos podem indicar candidatos à Presidência se tiverem ultrapassado a marca de 5% dos votos nas últimas eleições parlamentares ou caso tenham 100 mil assinaturas apoiando uma nomeação.
O candidato que tiver mais de 50% dos votos no primeiro turno será eleito. Se isso não ocorrer, há segundo turno entre os dois nomes mais bem votados. Já no caso do Parlamento, o país segue o sistema de representação proporcional, sendo que o número de assentos que um partido obtém — do total de 600 cadeiras — é diretamente proporcional aos votos que ganha.
Entretanto, os partidos precisam conseguir pelo menos 7% dos votos — sozinhos ou em “aliança” — para poder colocar representantes no Congresso. Neste domingo, as urnas abriram às 8h e fecharam às 17h no horário local — das 2h às 11h, de Brasília. Os resultados devem sair por volta de 21h, também no horário local (15h de Brasília).