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Economia Com viagem de Lula à China, Brasil busca avanços em acordos

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Presidente vai em maio a Xangai para encontrar-se com o mandatário chinês, Xi Jinping. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Em meio à escalada de tensões entre EUA e China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para ir a Xangai nos dias 12 e 13 de maio para encontrar-se com o mandatário chinês, Xi Jinping. Os dois poderão encontrar-se mais duas vezes neste ano, disse fonte do governo: na cúpula do Brics, nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro e, possivelmente, na COP30, em novembro, em Belém.

Nos bastidores, é intenso o trabalho para que, nessas ocasiões, possam ser anunciados avanços na parceria estratégica firmada pelos dois presidentes em novembro passado. Uma delegação da estatal chinesa de ferrovias, a China State Railway Group Co, e do Ministério dos Transportes da China esteve no Brasil nesta semana para analisar projetos em logística. Numa das reuniões, estiveram presentes representantes de Estados produtores de alimentos: Acre, Rondônia, Mato Grosso e Goiás.

Um dos pontos de atenção é a Ferrovia Bioceânica, projeto que viabilizaria o escoamento da produção de grãos brasileira pelo porto de Chancay, no Peru. O porto foi financiado pela China e inaugurado por Xi em novembro passado.

Uma saída pelo Pacífico encurtaria o tempo de transporte das exportações brasileiras até os mercados asiáticos. Porém, a ligação ferroviária até Chancay é vista no governo brasileiro como algo desafiador e de longo prazo.

A delegação chinesa esteve nessa semana em Ilhéus (BA), que seria a ponta da Bioceânica no Atlântico. Essa ferrovia é antigo item da agenda bilateral Brasil-China. Os dois países concluíram um projeto em 2016, no governo Dilma Rousseff, que agora será reformulado.

A ferrovia ligando o Brasil a Chancay recebe atenção também do governo peruano. “Pode ser um projeto cofinanciado, pois o impacto pode ser importante e traria um grande desenvolvimento para ambas as partes”, disse o ministro de Economia e Finanças do Peru, José Salardi.

A construção da ferrovia, comentou, ainda precisa de uma avaliação para determinar como seria realizada. “O melhor mecanismo seria uma parceria público-privada, mas é preciso dimensionar o projeto.” Tal como no Brasil, a ligação férrea não é vista pelo ministro peruano como algo imediato, e sim para ocorrer “em algum momento”.

Do lado de cá da fronteira, a informação é semelhante. A ferrovia se encontra num estágio de pré-análise quanto à sua viabilidade econômica, disse um técnico do governo brasileiro.

Um integrante do alto escalão a par das negociações com a China disse que é preciso intensificar os entendimentos com os peruanos e avançar no projeto. O grande desafio, reconheceu, é que para chegar a Chancay a ferrovia precisaria atravessar a cordilheira dos Andes. Mas, acrescentou, os chineses teriam capacidade para construi-la.

A parte brasileira da Ferrovia Bioceânica está parcialmente construída. Do porto de Ilhéus parte a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que atravessa a Bahia e Goiás para ligar-se à Ferrovia Norte-Sul em Mara Rosa (GO), num trajeto de 1.527 km. Desse mesmo ponto parte a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) que segue até Água Boa (MT) e Lucas do Rio Verde (MT), em mais 888 km. Dali para Chancay, não há traçado definido.

O conjunto formado por Fiol e Fico poderá ser concedido à iniciativa privada. Os estudos estão em andamento. O investimento previsto chega a R$ 25 bilhões.

A ligação até Chancay faz parte do programa Rotas de Integração Sul-Americana, conduzido pelo Ministério do Planejamento e escolhido como um dos quatro pilares da parceria estratégica de Brasil e China. Os outros três são: o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Nova Indústria Brasil (NIB) e o Plano de Transformação Ecológica.

O Rotas busca viabilizar, com investimentos do PAC, saídas para mercadorias brasileiras pelo Pacífico. Trata-se de rota mais curta para os mercados da Ásia.

Na próxima semana, o presidente do Chile, Gabriel Boric, deverá reunir-se com Lula. Um dos itens da agenda é a chamada Rota 4, que ligará os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC) e Itajaí(SC) com os portos chilenos de Iquique e Antofagasta, através do Paraguai e da Argentina. Nesse caso, a ligação bioceânica é feita por rodovias. Falta construir os acessos, no Brasil e no Paraguai, à ponte binacional em Porto Murtinho (MS). No lado brasileiro, a obra integra o PAC e deverá ser concluída até outubro de 2026.

Neste ano, durante a COP30, deverá ser inaugurada a Rota 2, chamada de Amazônia, formada por hidrovias e rodovias. Ligarão Manaus aos portos de Chancay e Paita, no Peru, Manta, no Equador, e Tumaco, na Colômbia.

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