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Mundo Comandante do Hezbollah morto valia recompensa de US$ 7 milhões

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Ibrahim Aqil comandava a força Al Radwan (Foto: Rewards for Justice/Departamento de Estado americano)

O comandante da Força al-Radwan, a unidade de elite do movimento xiita libanês Hezbollah, Ibrahim Aqil, foi morto em um ataque lançado pelo Exército israelense contra a capital do Líbano, Beirute. Aqil estava entre os milhares de feridos na explosão simultânea de pagers na última terça-feira e teria deixado um hospital na capital nessa sexta-feira, segundo a agência de notícias alemã DPA. Sua morte foi confirmada por uma fonte próxima do grupo à AFP e por fontes de segurança à Reuters, além de ter sido veiculada pelo Canal 12 israelense.

Aqil, que se supunha estar na casa dos 60 anos, era chefe de operações especiais e membro do Conselho da Jihad, o principal órgão militar da organização libanesa, e também o segundo em comando nas forças militares do movimento, depois apenas de Fuad Shukr, morto em julho também por um ataque israelense.

Segundo o programa americano Recompensas pela Justiça, do Departamento de Estado, nos anos 1980, Aqil, também conhecido como Tahsin, era um membro importante na Organização Jihad Islâmica, considerada uma precursora do Hezbollah que reivindicou a responsabilidade pelos ataques com bombas contra a Embaixada dos EUA em Beirute em abril de 1983, que matou 63 pessoas, e contra o quartel do Corpo de Fuzileiros Navais americano, no mesmo ano, que matou 241 militares. Ele também foi responsável pelo sequestro de reféns americanos e alemães no Líbano durante a década de 1980.

Em julho de 2019, o comandante foi classificado pelo Departamento de Estado e pelo Departamento do Tesouro dos EUA “terrorista global especialmente designado”. Washington oferecia uma recompensa de US$ 7 milhões (R$ 38,5 milhões) por informações que levassem à sua captura.

Segundo o brigadeiro-general reformado israelense Assaf Orion, Aqil era o principal oficial de operações do Hezbollah.

“Ele era um veterano de operações extremamente experimentado”, disse Orion, que foi oficial de ligação do Exército de Israel junto à missão de paz internacional na fronteira com o Líbano,

Israel tentou assassinar Aqil várias vezes no passado, segundo o oficial reformado relatou ao New York Times, mas ele sempre conseguiu escapar. Em 2000, helicópteros israelenses dispararam contra o veículo onde Aqil estava, mas ele teve apenas ferimentos leves.

Entenda o ataque

O ataque dessa sexta-feira (20), descrito pelos militares israelenses como “direcionado”, deixou ao menos 12 pessoas mortas e 66 feridas, incluindo crianças, segundo informou o Ministério da Saúde Libanês. A ação ocorreu horas após o Hezbollah ter disparado 150 foguetes contra regiões no norte de Israel — mais um capítulo no aumento da tensão entre o país e o grupo xiita libanês nos últimos dias, iniciado pelas explosões simultâneas de milhares de pagers e walkie-talkies de integrantes do movimento que deixaram 37 mortes e mais de 3.500 feridos no Líbano.

“Neste momento, não há mudanças nas diretrizes de defesa do Comando da Frente Interna”, afirmou o Exército israelense em comunicado, sem fornecer mais detalhes.

Relatos não confirmados pela mídia local indicaram que o ataque israelense ocorreu enquanto uma reunião do “conselho de guerra” do Hezbollah estava sendo realizada dentro do edifício atingido. Uma das fontes de segurança do movimento que conversou com a Reuters afirmou que Aqil morreu ao lado de membros do al-Radwan, quando estavam em reunião.

A mídia libanesa afirma que um F-35 israelense realizou o ataque com dois mísseis, que atingiram um prédio no subúrbio de Dahiyeh, um conhecido reduto do Hezbollah. À AFP, um oficial de segurança libanês acrescentou que o ataque ocorreu próximo à Mesquita al-Qaem. Uma densa nuvem de fumaça pôde ser vista subindo sobre a região, e moradores relataram ter ouvido uma explosão forte.

O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os EUA não tiveram envolvimento no ataque israelense em Beirute. O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, por sua vez, acusou Israel de “não dar importância a nenhuma consideração humanitária, legal ou moral”.

Esta é a terceira vez que as forças israelenses realizam ataques aéreos em Beirute desde o início da guerra. Em julho, um ataque aéreo israelense à capital matou o chefe militar do Hezbollah, Fuad Shukr, e antes disso, em janeiro, o vice-líder do grupo terrorista Hamas, Saleh al-Arouri, foi morto em um ataque do Exército de Israel na cidade.

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