Em cidades como Porto Alegre, distante do Litoral, o verão é um período marcado pelo aumento do número de viagens por boa parte dos habitantes, seja durante os fins de semana, feriadões ou mesmo períodos de férias de estudantes e trabalhadores. Essa ausência prolongada exige cuidados especiais contra o mosquito da dengue, sobretudo para quem mora em casa com pátio.
A capital gaúcha enfrenta um aumento na infestação do Aedes aegypti, fato que tem motivado a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) a recomendar uma série de medidas preventivas. E isso vale para antes, durante e depois do afastamento.
Antes de sair, é importante eliminar nos quintais qualquer foco de água parada e escovar a parede interna dos recipientes. Isso porque é nessa superfície que a fêmea do inseto transmissor deposita seus ovos, de forma que ficam aderidos antes de estarem prontos para eclodir quando em contato com a água.
Não menos importante é guardar esses utensílios em locais protegidos e cobertos, assim como verificar se as calhas estão limpas e sem acúmulo de folhas. Ralos estão secos devem receber telas de proteção. Piscinas devem ser tratadas com os produtos químicos e tapas com lona, mesmo quando secas, já que a chuva pode fazer com que acumulem água da chuva. Caixas d’água não podem permanecer abertas.
Destino de viagem
O destino de viagem deve ser outro foco de preocupação. Caso o bairro ou cidade a ser visitado esteja com transmissão viral ou casos confirmados de dengue, febre chikungunya ou zikavírus, é importante aplicar repelente corporal (específico para cada faixa etária ou condição de saúde).
Responsável pelo setor de dengue na Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) da SMS, a enfermeira Raquel Rosa destaca que durante a viagem e também no retorno é fundamental estar atento a eventuais sintomas. Os principais são febre superior a 38º, dores de cabeça e no corpo.
O Ministério da Saúde também considera como sinais de alerta a ocorrência de dor atrás dos olhos e nas articulações, náusea, vômito, diarreia, manchas avermelhadas na pele (com ou sem coceira) e mal-estar geral. Na dúvida, deve ser procurado um posto ou serviço de saúde, informando sobre viagens realizadas nas duas últimas semanas anteriores ao início dos sintomas.
Dentre as preocupações dos profissionais de saúde está a possibilidade de o viajante retornar para casa infectado: se ele for picado pelo Aedes, o mosquito (cuja “população” está muito alta em Porto Alegre) passará a servir de vetor à transmissão da dengue para familiares, vizinhos e comunidade em geral.
(Marcello Campos)