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Combinar distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos é a melhor estratégia para combater o coronavírus

Combinar o distanciamento social, o uso de máscaras e a higiene das mãos é melhor estratégia para combater a Covid-19, mostra um estudo publicado nesta terça-feira (21) na revista científica “Plos”.

Os métodos já eram recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por especialistas ao redor do mundo para diminuir a contaminação pela doença, que já matou mais de 80 mil pessoas no Brasil.

No estudo, os pesquisadores desenvolveram um modelo computacional da disseminação da Covid-19 com base em informações sobre a epidemiologia da doença. Eles usaram o modelo para estudar o efeito previsto de várias medidas de prevenção no número e época de ocorrência dos casos de coronavírus.

Os cientistas, do hospital afiliado à Universidade de Utrecht, na Holanda, perceberam os seguintes cenários:

1) Se a população se torna rapidamente consciente do coronavírus e da eficácia das medidas de prevenção, as chamadas “medidas autoimpostas” – como distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos – podem tanto diminuir como atrasar o “pico” do número de casos;

2) Se a eficácia dessas medidas passa dos 50%, é possível evitar uma grande epidemia;

3) Se as medidas autoimpostas demoram de ser implementadas, entretanto, elas ainda podem reduzir o número de casos, mas não atrasam o pico;

4) A implementação antecipada do distanciamento social, imposto por governos, conseguiu atrasar, mas não reduziu o pico da epidemia da doença.

Os cientistas concluíram, então, que a combinação das medidas autoimpostas – principalmente se elas forem adotadas por uma grande parte da população – com o distanciamento social imposto pelo governo tem o potencial de tanto adiar como reduzir o pico da pandemia.

O modelo não levou em consideração a demografia de um lugar ou a diferença dos padrões de contato social entre as pessoas.

“Enfatizamos a importância da conscientização sobre a doença no controle da epidemia e recomendamos que, além das políticas de distanciamento social, o governo e as instituições de saúde pública mobilizem as pessoas a adotar medidas autoimpostas com eficácia comprovada, a fim de enfrentar com sucesso a Covid-19”, dizem os autores.

Escudo facial

O uso de face-shields não é suficiente para proteger contra o novo coronavírus. O alerta é dado por responsáveis do setor da saúde na França e na Suíça, além da OMS. Mesmo se o acessório pode contribuir na luta contra o vírus, ele não substitui as máscaras cirúrgicas ou de tecido.

Desde que o uso de máscaras se tornou parte do cotidiano de boa parte da população do planeta, também se tem se tornado comum ver pessoas usando viseiras transparentes, como aqueles usadas em alguns laboratório ou até em linhas de produção de fábricas. Muitos optam por essa alternativa alegando que a máscara tradicional, seja ela cirúrgica ou em tecido, provoca incômodo, principalmente nesse momento do ano, quando os termômetros ultrapassam facilmente os 30 graus no hemisfério norte.

Alguns veem as viseiras como um acessório mais confortável, mais prático e até mais estético, já que permite deixar o rosto à mostra. Mas será que elas são eficazes?

A dúvida é frequente na França, primeiro país europeu afetado pela pandemia, no final de 2019. Mas a questão virou uma obsessão principalmente desde 20 de julho, quando o governo decidiu tornar o uso de máscaras obrigatório em todos os locais públicos fechados – lojas, supermercados, farmácias, além dos transportes coletivos, onde o acessório já era exigido.

As autoridades francesas se interessam pelo assunto desde maio, quando um estudo do HCSP já dizia que “em nenhum caso as viseiras, qualquer que seja sua fabricação, sua composição ou sua forma, apresentam uma performance de filtragem ou substituem um aparelho de proteção respiratório”.

Em outras palavras, elas criam uma barreira para as gotículas imitidas imediatamente por alguém que tosse ou espirra diante do indivíduo que a usa, mas não o protegem das partículas que ficam suspensas no ar. Como ressalta o Instituto Nacional de pesquisa em segurança da França, “as viseiras não são equipamentos de proteção respiratório, e sim de proteção dos olhos e do rosto”.

O mesmo debate foi levantado na Suíça, onde Escritório federal da saúde pública (OFSP, na sigla em francês) decretou que as viseiras não oferecem uma proteção suficiente contra a Covid-19. A decisão foi tomada após a constatação de que, após um levantamento feito em um hotel, vários funcionários que usavam máscaras não foram contaminados, enquanto os que usavam apenas as viseiras e que exerciam as mesmas funções contraíram o vírus.

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