Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de março de 2020
Previsto inicialmente para o mês que vem, o início da primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa nos rebanhos do Rio Grande do Sul foi antecipado para a próxima segunda-feira (16) e prosseguirá até o dia 14 de abril. Para evitar imprevistos, a Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural) recomenda que os produtores providenciam a medida na segunda quinzena de março.
“Assim, as empresas terão uma gestão adequada de seus estoques e evitarão a falta da vacina pela procura de última hora”, destaca o titular da pasta, Covatti Filho. O adiantamento do período de aplicação da dose atende a um parecer do Ministério da Agricultura e faz parte da estratégia do Estado para ser declarado como livre de aftosa sem vacinação – primeiro passo para o reconhecimento desse status em âmbito internacional pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).
Em todo o Rio Grande do Sul, a expectativa é de que 12,6 milhões de animais sejam imunizados, entre bovinos e bubalinos de todas as idades. A dose da vacina segue a mesma das etapas anteriores, de 2 ml – a vacina passou a ser bivalente, permanecendo a proteção contra os vírus tipo A e O (removido tipo C).
A partir de 16 de março, a movimentação de bovídeos só poderá ser realizada mediante vacinação prévia da propriedade, obedecidos os prazos de carência. Os produtores devem comprar as doses necessárias para a vacinação de seu rebanho em casas agropecuárias credenciadas pela Seapdr. Após, deverão comprovar a vacinação por meio da apresentação da nota fiscal até 22 de abril de 2020.
Saiba mais
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida pelo aparecimento de vesículas (aftas) – principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido. Sua causa é um vírus do qual existem sete tipos, que produzem sinais clínicos similares. Os diferentes tipos só podem ser identificados em laboratório.
O vírus está presente em grande quantidade no fluido das vesículas e também pode ocorrer na saliva, no leite e nas fezes dos animais afetados. A contaminação de qualquer objeto com qualquer dessas fontes de infecção, é uma fonte perigosa de transmissão de um rebanho a outro. No pico da doença o vírus está presente no sangue. Animais infectados começam a excretar o vírus poucos dias antes do aparecimento dos sinais clínicos. Os suínos eliminam grandes quantidades de vírus.
A transmissão por via aérea pode ocorrer e sob condições favoráveis de clima, a doença pode se espalhar por consideráveis distâncias por essa via. Os animais adquirem o vírus ou por contato direto com outros animais infectados, contato com alimentos e objetos contaminados.
A doença é transmitida mecanicamente pela movimentação de animais, pessoas, veículos e outros que tenham sido contaminados pelo vírus. Caminhões, carretas, recintos de leilões, feiras e currais de embarque nos quais tenham circulado animais infectados são perigosas fontes de contaminação, caso não sejam devidamente desinfetados.
Estradas podem também ser contaminadas e o vírus pode ser carreado nos pneus dos veículos em trânsito. Os calçados, roupas e mãos das pessoas que lidaram com animais doentes podem transmitir o vírus.
(Marcello Campos)