Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de maio de 2020
A quarta etapa da pesquisa domiciliar que permite uma estatística mais realista dos casos de coronavírus começa neste sábado (23) em nove cidades do Rio Grande do Sul. Sob coordenação da UFPel (Universidade de Federal de Pelotas), devem ser realizados até segunda-feira 4,5 mil testes rápidos com moradores de Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Pelotas.
Os resultados são divulgados por integrantes da coordenação do estudo e da SES (Secretaria Estadual da Saúde) em aproximadamente 48 horas após a finalização da coleta de dados, ou seja, provavelmente até a próxima quarta-feira (27).
“Mesmo com previsão de chuva para o estado, os entrevistadores estarão nas ruas, realizando os testes e entrevistas domiciliares”, ressalta a epidemiologista Mariângela Freitas Silveira, integrante da coordenação do estudo. “É fundamental que as pessoas recebam os entrevistadores, pois o estudo proporciona evidências científicas para estratégias de enfrentamento da pandemia.”
Inédito, o estudo realizado em parceria com o governo gaúcho está mapeando os casos de coronavírus e acompanhando, de forma quinzenal, a velocidade de disseminação da pandemia. Resultados das etapas anteriores forneceram as primeiras evidências do percentual de pessoas com anticorpos para a Covid-19 na população gaúcha, apontando tendência de aumento.
Na primeira fase do levantamento, há 45 dias, 0,05% dos indivíduos testados apresentaram resultado positivo. Já na terceira (9 a 11 de maio), o índice subiu para 0,22%. Com isso, os dados mais recentes estimam que, para cada caso notificado, outros nove não constam nas estatísticas oficiais.
Metodologia
Para realizar as entrevistas e testes rápidos neste fim de semana, entrevistadores da pesquisa pretendem visitar 500 domicílios em casa cidade, totalizando assim 4,5 mil indivíduos. As residências são indicadas de forma aleatória (por sorteio), sendo que em cada uma é também sorteado o morador que será convidado a fornecer amostra.
Todos os entrevistadores – profissionais voluntários da área de saúde – possuem um cartão de identificação visível e estarão usando equipamentos de proteção individual: máscaras descartáveis, jalecos e sapatilhas descartáveis, luvas e óculos de proteção. Em caso de dúvida, os participantes poderão entrar em contato com os órgãos de segurança do município para confirmas a abordagem.
A Brigada Militar e a Guarda Municipal das localidades estão apoiando o estudo e têm informações sobre os locais de visitação previstos no estudo. Ainda em âmbito local, a pesquisa também conta com o apoio das secretarias de saúde e centros de vigilância epidemiológica, dentre outros.
O cronograma inicial da pesquisa previa quatro etapas de coletas de dados. “Inicialmente a rodada deste fim de semana seria a última, mas já definimos com o governo do Estado a ampliação do estudo, faltando apenas acertar as datas e o número de etapas adicionais”, salienta o reitor da UFPel e coordenador-geral do estudo, Pedro Hallal.
Engajamento
Os custos, que totalizam R$ 1,5 milhão, têm financiamento da Instituto Cultural Floresta, Unimed Porto Alegre e Instituto Serrapilheira (Rio de Janeiro). Além da Universidade Federal de Pelotas, a iniciativa mobiliza diversas instituições de ensino superior públicas e particulares:
UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre), Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), Unisc (Universidade de Santa Cruz do Sul), Unijuí (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul), UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), Unipampa (Universidade Federal do Pampa), UCS (Universidade de Caxias do Sul), UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul), UPF (Universidade de Passo Fundo) e Unilasalle (Universidade La Salle).
(Marcello Campos)
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