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Começa o júri de acusados de executar por engano um empresário no estacionamento de supermercado em Porto Alegre

Confundida com traficante, vítima sofreu emboscada no fim da tarde de 20 de outubro de 2016. (Foto: Arquivo/O Sul)

Na manhã desta sexta-feira (19) começam a ser julgados quatro dos cinco réus pelo assassinato a tiros do empresário Marcelo Oliveira Dias, 44 anos, executado por engano no estacionamento de um supermercado no bairro Cavalhada, Zona Sul de Porto Alegre, no dia 20 de outubro de 2016. Ele estava com a filha, de então 4 anos e que foi atingida por um dos disparos.

Conforme a investigação, Marcelo foi emboscado porque o seu automóvel – um Peugeot 208 branco – era muito parecido com o de um traficante perseguido por rivais. Ele manobrava o veículo no local, por volta das 18h, quando outro carro se aproximou e seus ocupantes abriram fogo. O ataque foi ordenado de dentro de um presídio.

Imagens registradas por câmeras internas e externas mostraram clientes correndo assustados com o barulho dos disparos, efetuados em uma quinta-feira e em um horário no qual o movimento costuma a se intensificar nesse tipo de estabelecimento, principalmente em dias úteis .

Bruno Fernando Sanhudo Teixeira, Carlos Henrique dos Santos Duarte, Geovani Bueno Antunes e Rafael Pabosso de Albuquerque foram denunciados por homicídio, tentativa de homicídio (ambos triplamente qualificados), organização criminosa, receptação e adulteração de veículo automotor (o carro que utilizaram no ataque era roubado e com placa adulterada). Também respondem por corrupção de menores, pois estavam com uma adolescente.

Criança sobreviveu

Marcelo Oliveira Dias era sócio em duas academias de musculação. Além da filha, ele deixou da esposa, uma publicitária com quem estava casado havia mais de uma década. A menina, hoje com 10 anos, tem até hoje alojado em seu pescoço o projétil que a atingiu transfixando uma das bochechas sem atingir ossos, dentes ou artérias.

O promotor responsável, Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, explica que o quinto acusado, Fabio Fogassa, será julgado separadamente, pois o processo foi desmembrado por determinação da Justiça. Ele ressalta o impacto gerado pela ação que resultou na morte de um inocente:

“Este é um crime hediondo e que chocou a todos pela crueldade, além de deixar uma família destruída. Foi uma emboscada concretizada na frente de uma criança, que carregará sequelas físicas e psíquicas para o resto da vida, tendo uma bala permanecido em seu corpo, na região lombar. O Ministério Público vai trabalhar pela condenação dos réus”.

(Marcello Campos)

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