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Armando Burd Cometa Doria

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Governador referiu-se aos filhos do presidente Bolsonaro em reunião do PSDB em São Paulo. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O PSDB gaúcho, por não ter outra opção no horizonte, vai se alinhar com João Doria, apelidado como Rápido no Gatilho. Aécio Neves e José Serra estão embrulhados em casos de corrupção. Fernando Henrique Cardoso passou à categoria de comentarista dos vacilos tucanos. O quarto lugar de Geraldo Alckmin no ano passado, com 4,76 por cento dos votos na eleição presidencial, abalou as estruturas. O comando passa às mãos de Doria.

O governador de São Paulo não quer errar, indicando neófitos, e compôs seu 1º escalão com 10 ex-integrantes da gestão Temer. Na metade do ano começará a redigir a plataforma para concorrer à Presidência da República em 2022.

Trajetória

Luiz Carlos Bresser Pereira, em 1998, analisou com precisão:

“O PSDB nasceu como uma espécie de família com dois avôs ilustres (Franco Montoro e Teotônio Vilela) e dois tios (Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso), além de muitos sobrinhos brilhantes. Veio para dizer sim à social-democracia e ao compromisso com a justiça social. Dispôs-se a combater o populismo, a corrupção e o corporativismo burocrático.”

O grande momento do partido ocorreu com a execução do Plano Real e a derrubada da inflação. Planejou ficar 20 anos no poder. Não passou de oito. A locomotiva do PT veio arrasadora em 2002.

Muito próximos

Em janeiro de 1994, quando se esboçava a campanha presidencial, José Dirceu publicou artigo em vários jornais, respondendo à indagação sobre a aproximação entre PT e PSDB. Um trecho:

“Eu mesmo tenho testemunhado o enorme esforço que o companheiro Lula faz para tornar viável um diálogo entre as duas legendas. Sabemos todos – Lula principalmente – que o próximo governo precisará de amplo apoio político para concretizar as reformas econômicas e sociais de cuja execução será incumbido o vencedor nas urnas. Nesse sentido, o PT está preparado e maduro para fazer os acordos necessários”.

A ala radical do PT se rebelou e o entendimento não andou.

Atacando a causa

O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, dedica-se a localizar uma fórmula que desonere de penduricalhos a folha salarial dos trabalhadores. Será o modo mais rápido de combater o desemprego.

Choque no bolso

Levantamento do Instituto Acende Brasil mostra: 47,7 por cento da receita das companhias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no país se destinam ao pagamento de tributos.

Mão aberta

Cada um dos 77 deputados estaduais de Minas Gerais terá 5 milhões e 570 mil reais na rubrica emendas parlamentares, este ano, totalizando 429 milhões. O uso será conforme o detalhamento feito nas propostas encaminhadas ao orçamento já aprovado. O assunto entra em conversas na Assembleia gaúcha como sonho distante.

Há muitos anos

A manchete que se repete em janeiro no site de notícias da Câmara dos Deputados: “Reforma tributária e foro privilegiado podem voltar a ser analisados a partir de fevereiro”. Quando chega março, dá uma preguiça e Suas Excelências abandonam.

Atropelo

No site do Senado: “Avançou a tramitação do projeto que retira dos rótulos de alimentos o símbolo indicativo da presença de componentes transgênicos.” Fica claro entender a que interesses estão voltados.

Inovação

O presidente Nicolás Maduro declarou, ontem à noite, que está sendo vítima de “um golpe tuiteiro” para tirá-lo do poder. “Um show para desestabilizar. Parece que uns garotos tomaram conta da oposição venezuelana”, acrescentou.

Até o final da manhã de hoje vai se saber quem está blefando.

Onde fica?

A cada novo governo, figurinhas carimbadas saem à procura do balcão de facilidades.

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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