Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2020
Decisão não interfere no poder dos países de estabelecerem suas próprias regras sobre a droga
Foto: UnsplashA Comissão de Narcóticos da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou nesta quarta-feira (02) a reclassificação da maconha e da resina derivada da cannabis para um patamar que inclui substâncias consideradas menos perigosas.
Na prática, a decisão não retira a necessidade de os países estabelecerem controles contra a proliferação da droga. A medida também não tem o poder de mudar, por si, as políticas adotadas por cada nação sobre a maconha e seus derivados.
Porém, com a reclassificação, a maconha deixa de ocupar uma lista de substâncias consideradas “particularmente suscetíveis a abusos e à produção de efeitos danosos” e “sem capacidade de produzir vantagens terapêuticas”.
Nessa lista de drogas mais perigosas, a maconha estava posicionada ao lado de substâncias como a heroína. Agora, a cannabis fica posicionada entre outros entorpecentes como a morfina, que a organização também recomenda controle, mas admite ter menos potencial danoso.
A decisão segue uma recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e teve a aprovação de 27 países. Outros 25, incluindo o Brasil, votaram contra, e uma representação se absteve. As delegações rejeitaram outras recomendações, como a retirada de todas as listas de alguns componentes da cannabis.
O uso recreativo da maconha é permitido em países como o Uruguai, o Canadá e a Geórgia, que recentemente aprovaram leis que retiram a penalização para quem consumir a substância ou que legalizam completamente o consumo da droga.
A legalização também foi recentemente aprovada em algumas partes dos Estados Unidos, onde houve referendo no mesmo dia das eleições presidenciais.
Já o México pode ser o próximo a liberar o uso do entorpecente. O Senado mexicano aprovou a legalização da maconha no mês passado tanto para fins medicinais quanto para uso recreativo.