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Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprova elevação da pena de crimes sexuais cometidos em atendimento médico

Jorge Kajuru é o autor do PL 1.998/2022, que segue para a Câmara. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na quarta-feira (16) um projeto que aumenta a pena de crimes contra a dignidade sexual cometidos por profissionais de saúde durante um atendimento médico.

O texto, chancelado por 20 votos a 0, estabelece que nesses casos os criminosos terão as penas elevadas pela metade (ou seja, multiplicadas por 1,5).

O agravante valerá para crimes como estupro, assédio sexual e violação sexual. E poderá ser aplicado nos casos em que os delitos forem cometidos por médicos ou outros profissionais da saúde contra um paciente em atendimento, procedimento ou tratamento clínico ou hospitalar.

Aprovado de forma terminativa na CCJ, o projeto deverá seguir diretamente para a análise da Câmara dos Deputados – a menos que haja recurso para levar o tema ao plenário principal do Senado.

O texto, que altera o Código Penal, foi apresentado em resposta a casos em que médicos se aproveitavam de pacientes mulheres em procedimentos com sedação.

Em um deles, em 2022, o médico anestesista Giovanni Quintella foi preso em flagrante por estupro de uma paciente enquanto ela estava dopada e fazia uma cesariana no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti (RJ).

Relator da proposta, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que crimes sexuais contra pacientes representam uma “conduta repugnante que merece sua resposta penal incrementada”.

Atualmente, o Código Penal prevê como causas para agravar penas de crimes contra a dignidade sexual:

– ser cometido por duas ou mais pessoas; ou

– ser cometido por pais, avós, bisavós, tataravós, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por pessoas com autoridade sobre a vítima.

Segundo o autor, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), PL 1.998/2022 foi motivado por uma situação vivida em sua família. “Vivi na pele, com a minha ex-mulher em Goiânia, esse fato e tenho certeza que, neste momento [com a aprovação], ela está muito feliz”, declarou.

Segundo o senador Flávio Bolsonaro, o aumento atinge os casos de crimes contra “paciente em situação de atendimento, procedimento ou tratamento clínico ou hospitalar”. O texto original não se restringia aos pacientes como vítima. As informações são do portal de notícias G1 e da Agência Senado.

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