A Petrobras informou, nesta quarta-feira (22), que o Comitê de Pessoas de seu Conselho de Administração, que funciona como Comitê de Elegibilidade (Celeg), concluiu a análise da indicação da Magda Chambriard para os cargos de conselheira de administração e de presidente da companhia.
Para o Celeg, a indicação “preenche os requisitos necessários” previstos nas regras de governança da companhia e na legislação aplicável e está apta para ser apreciada pelo conselho de administração, sendo, portanto, elegível para ambos os cargos.
Magda foi indicada para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a demissão de Jean Paul Prates, na semana passada. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a troca se deve à vontade do presidente em acelerar os investimentos da estatal.
A próxima reunião do Conselho de Administração da companhia está agendada para a sexta-feira (24) e, na ocasião, será apreciada a nomeação de Magda como membro do conselho e presidente da Petrobras.
Magda Chambriard servirá no conselho até a primeira Assembleia Geral que vier a ocorrer, não sendo necessária a convocação de Assembleia de Acionistas para esse fim, reforçou a Petrobras.
Quem é Magda Chambriard
Com 40 anos de experiência no setor de óleo e gás, Magda é defensora da necessidade de o Brasil explorar petróleo em novas áreas, incluindo a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas.
“O boom do pré-sal acabou. É hora de buscar novas fronteiras, para que o Brasil possa continuar produzindo petróleo”, disse ela à “Bloomberg” em uma entrevista em dezembro do ano passado.
Chambriard também é uma apoiadora de mais investimentos no refino de petróleo nacional e quer ver mais commodities processadas no Brasil, em vez de exportadas como matérias-primas.
“Essa indústria deu certo no Brasil porque todos os legisladores, todo o Executivo, Federal, Municipal, Estadual, quis que desse certo.
Magda se coloca como defensora do papel social da Petrobras. Em entrevista à TV Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), concedida em 2021, ela referiu-se à petroleira como uma “via de mão dupla”.
“A sociedade não espera uma retribuição ipsis literis de tudo o que ela [Petrobras] fez, mas quer ter retorno, sim, do desenvolvimento proporcionado por essa indústria”.
A consultora mencionou, como exemplo, o papel do transporte e energia no mercado de trabalho.
“Para cada emprego direto na indústria do petróleo, tínhamos 8,25 empregos entre indiretos e induzidos. Isso significa que toda vez que você agrega um emprego novo na indústria do petróleo, você gera outros quase 10 ao redor dessa região, porque a produção de energia primária do mundo ainda é 84% resultante do combustível fóssil, isso quer dizer petróleo, gás natural e carvão”, disse à Alerj.