O canoísta de velocidade Isaquias Queiroz e a jogadora Raquel Kochhann, uma das líderes da seleção feminina de rugby, e atleta do clube gaúcho Charrua, foram escolhidos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) como porta-bandeiras da delegação nacional na cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris, nesta sexta-feira (26). O evento inicia às 14h30min (horário de Brasília). Isaquias é o único brasileiro que subiu ao pódio três vezes em uma mesma edição dos Jogos (Rio 2016). Já a catarinense Raquel, se recuperou de um câncer descoberto após sua participação na edição de Tóquio.
No anúncio dos porta-bandeiras, o COB destacou a história de vida dos atletas: “Sobreviventes, campeões no esporte e vida”.
“Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro. Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por poder representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil”, disse Isaquias, nascido na pequena Ubaitaba (BA), que coleciona um ouro (C1 1000m, na edição de Tóquio), e duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e um bronze (C1 2000m ) na Rio 2016.
“Os porta bandeiras vão estar num barco, no Sena. Então, tem toda a referência com a canoagem, comigo, com a minha trajetória”, disse Queiroz à TV Globo.
Natural da cidade de Saudades (SC), Raquel Kochhann faz parte da seleção feminina de rugby, também conhecida pelo apelido de Yaras, desde a Rio 2016. Na edição seguinte, no Japão, a jogadora descobriu um caroço na mama, que não a impediu de competir.
De volta ao Brasil, após passar por exames, Raquel foi diagnosticada com câncer de mama e com um tumor ósseo no peito. Ela enfrentou uma mastectomia (retirada das mamas) e seis sessões de quimioterapia. Recém-recuperada, há pouco mais de seis meses, ela retornou às competições e agora está prestes a disputar a terceira olimpíada da carreira.
“Ser atleta olímpico é difícil. Essa sensação de estar na frente, levando a bandeira para o mundo inteiro ver numa cerimônia de abertura é algo que não consigo explicar em palavras. A minha ficha ainda não caiu, acho que só quando eu estiver lá para saber o que vou sentir”, disse a atleta catarinense, de 31 anos, em depoimento ao COB.
Aos 19, quando praticava futsal no time de sua faculdade, a jovem conheceu a modalidade de rugby sevens e rapidamente ganhou espaço, integrando o Serra Rugby, de Caxias do Sul (RS) e se tornando a melhor jogadora do Campeonato Gaúcho.
Desde então, Raquel foi campeã brasileira, bicampeã gaúcha e terceira colocada no mundial universitária. Ela, então, se mudou para São Paulo para integrar a seleção brasileira de rugby sevens, com a qual conquistou a medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2014 e o bronze no Pan-Americano de Toronto, em 2015.
O sucesso a levou para duas olimpíadas, logo na estreia da modalidade nos Jogos do Rio, em 2016. Na ocasião, o Brasil ficou em 9º lugar. Ela ainda voltou aos Jogos de Tóquio 2020, quando a seleção acabou na 11ª colocação.
As Yaras estreiam no próximo domingo (28), ao meio-dia, contra a anfitriã França, pelo Grupo C e, na sequência, às 15h, encaram os Estados Unidos. O Brasil está na Chave C e encerra a fase de grupos às 10h de segunda (28) contra o Japão.