Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de fevereiro de 2022
Por meio de um comunicado oficial, o Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou que atletas e oficiais russos – e também de Belarus – não sejam convidados para competições. Diante da invasão à Ucrânia, a entidade sugere às federações que os dois países não participem de qualquer disputa esportiva durante o período.
Após reunião de seu comitê executivo, o COI também afirmou que, caso não haja tempo a retirada de atletas da Rússia e de Belarus das disputas, eles não deverão competir sob as bandeiras de seus países. Assim, de acordo com a orientação do colegiado, eles deverão competir apenas como atletas, de seleções neutras.
“A atual guerra na Ucrânia coloca o Movimento Olímpico em um dilema”, diz o comunicado. “Enquanto os atletas da Rússia e de Belarus poderiam continuar a participar de eventos esportivos, muitos atletas da Ucrânia estão impedidos de fazê-lo por causa do ataque ao seu país. Este é um dilema que não pode ser resolvido. O Comitê Executivo do COI, portanto, considerou hoje cuidadosamente a situação e, com o coração pesado, emitiu a seguinte resolução”.
Na mensagem, o COI cita a Paraolimpíada de Inverno de Pequim, que começa nesta semana. Está prevista inclusive uma reunião nesta quarta-feira para definir a participação dos dois países no evento:
“Onde quer que, em circunstâncias muito extremas, mesmo que isso não seja possível em curto prazo por razões organizacionais ou legais, o Comitê deixa para a organização relevante encontrar sua própria maneira de resolver efetivamente o dilema descrito acima. Nesse contexto, considerou em particular os próximos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022 e reiterou seu total apoio ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e aos Jogos”.
Além disso, o COI manteve a recomendação para que nenhum evento seja organizado na Rússia e em Belarus. O comitê voltou a citar o desrespeito à Trégua Olímpica na invasão à Ucrânia. Além disso, o COI retirou a Ordem Olímpica, maior prêmio da entidade, de Vladimir Putin, presidente da Rússia, e de outros dois membros do comitê olímpico russo.
A entidade também reforçou os pedidos de paz. No comunicado, também afirma que seguirá acompanhando o caso e que poderá revisar as recomendações no futuro.
Mais cedo, atletas ucranianos exigiram a suspensão dos comitês olímpicos e paralímpicos de Rússia e Belarus. Em carta aberta para Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, e a Andrew Parsons, líder do Comitê Paralímpico Internacional, 40 signatários pedem a exclusão das entidades dos dois países por conta da invasão à Ucrânia.
Apoio de competidores estrangeiros
A carta também conta com o apoio de atletas estrangeiros. Dentre eles, a esgrimista russa Sofiya Velikaya, bicampeã olímpica e presidente da Comissão de Atletas da Rússia.
“Caro senhor Bach, caro senhor Parsons, escrevemos a você hoje em nome dos atletas ucranianos para chamá-los, em sua capacidade de liderança do Comitê Olímpico Internacional e do Comitê Paralímpico Internacional, a suspender imediatamente os Comitês Olímpicos e Paralímpicos Nacionais da Rússia e de Belarus. A invasão da Ucrânia pela Rússia, apoiada por Belarus, é uma clara violação das Cartas Olímpica e Paralímpica – uma violação que deve ser enfrentada com fortes sanções”.
A carta foi publicada pelo movimento Global Athlete. A carta teve a assinatura de alguns dos principais nomes do esporte ucraniano, como Zhan Beleniuk, campeão olímpico de wrestling que disse o seguinte:
“Se o COI e o IPC se recusarem a agir rapidamente, você está claramente encorajando a violação da lei internacional pela Rússia e pela Belarus e suas próprias cartas. Sua falta de ação enviará uma mensagem a todos os atletas e ao mundo de que você escolheu os interesses da Rússia e da Bielorrússia sobre os interesses dos atletas. Seu legado será definido por suas ações”
Atletas pegam em armas
O Exército da Rússia invadiu a Ucrânia no início da quinta-feira passada (24). Desde então, o país agredido tem tentado resistir diante dos ataques. E a tentativa de reação inclui diversos atletas colocando-se à disposição para ir à guerra.
Dentre eles, Georgii Zantaraia, campeão mundial em 2009 e tricampeão europeu da modalidade. Em uma rede social, ele postou uma foto com uma arma e afirmou estar em Kiev para lutar contra a invasão russa.