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Notícias Comitiva gaúcha conhece estratégia holandesa para evitar inundações

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As comitivas da Prefeitura de Porto Alegre e do Governo do Estado viajaram a convite do governo dos Países Baixos para ampliar a cooperação no âmbito das ações de enfrentamento às enchentes.(Foto: Cesar Lopes / PMPA)

Sob chuva e temperatura de 10°C, a comitiva gaúcha se deslocou de Haia (província da Holanda do Sul) na manhã deste sábado, 22, e rumou 150 quilômetros ao Norte dos Países Baixos para visitar a propriedade Nijensteen, na aldeia de Veessen (município de Heerde, província de Guéldria). A programação do dia, incluindo Nijmegen – considerada a cidade mais antiga dos Países Baixos – foi dedicada a conhecer a aplicação do programa nacional Room for the River (Espaço para o Rio em português). A inovação desenvolvida pelo governo nacional e executado pelas autoridades locais foi concretizada como estratégia de adaptação das cidades às inundações, ampliando espaço para as águas.

“No Brasil se tem a concepção fortemente focada em conter a água, e aqui vimos a necessidade e a estratégia acertada de abrir espaço para os rios. Tivemos contato com uma experiência em área rural e outra em área urbana, com desafios particulares desta realidade. Aqui se tem uma rotina de dragagem, o que precisamos discutir e incorporar na governança metropolitana” – Prefeito Sebastião Melo.

Com investimento de 2,3 bilhões de euros em um conjunto de 34 projetos, a iniciativa incluiu quatro rios: Reno, Meuse, Waal e IJssel. O baypass (desvio) de Veessen, hoje habitada por 800 pessoas, foi uma das áreas que recebeu intervenções envolvendo o rio IJssel. Um desvio foi projetado para aumentar a capacidade de escoamento durante períodos de cheias extremas.

Estratégias – Os anfitriões Marijn Ornstein, presidente do Conselho de Gestão de Água, e Robbert Bruin, líder do projeto, contextualizaram a trajetória holandesa na construção de estratégias de longo prazo para transformar os territórios e prevenir inundações, somando soluções de engenharia e fortalecimento da preservação de recursos naturais e agricultura local. Atualmente, os Países Baixos têm 21 autoridades regionais para gestão da água, com receita próxima de imposto para proteção contra cheias e drenagem, em um orçamento anual de 220 milhões de euros para operação e manutenção.

“A divisão clara de responsabilidades entre o governo nacional, os regionais e locais que vemos aqui é fator essencial na governança eficiente entre financiar e executar grandes investimentos e operar e manter as estruturas. A educação ambiental foi outro desafio que recebeu muita atenção ao longo dos anos para consolidar o engajamento da população diante das mudanças climáticas”, complementou Melo.

Canal – Percorrendo mais cerca de 60 quilômetros, a tarde foi dedicada a Nijmegen, cidade de mais de 2 mil anos, banhada pelo rio Waal e próxima à Fronteira com a Alemanha. Uma das mudanças locais mais significativas foi a criação de um canal secundário para o rio Waal, transformando parte do território em uma ilha fluvial chamada Veur-Lent.

“A experiência nessa gestão é que prioridade às aguas é milenar Essa dinâmica exige muita coordenação e entendimento entre as instâncias, inclusive sobre obras que são realizadas em uma localidade para beneficiar e proteger outros municípios próximos”, apontou o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Bruno Vanuzzi.

Uma das especialistas responsáveis pelo projeto Josan Tielen, gerente da Rijkswaterstaat, agência governamental responsável pela infraestrutura pública, disse que a partir da ameaça de inundação em 1995, o foco emergencial foi recuperar e fortalecer os diques, o que ocorreu até 1998. Apenas depois se desenvolveu o programa de expansão das águas.

“Fortalecimento de diques e alargamento dos rios se mantêm comprovadamente uma combinação poderosa”, reforçou. Apesar do desafio inicial de contrariedade dos moradores que saíram da área, Josan afirmou que a percepção foi transformada pela integração da solução como espaço público o qualificado. “As pessoas ficaram satisfeitas com o que a área se tornou. Passou a fazer parte da dinâmica da cidade’’, completou.

Room for the river – O projeto foi implementado no território dos Países Baixos, mas impactou positivamente países vizinhos como Alemanha, França e Bélgica devido à conexão dos sistemas fluviais na região. Para aumentar a capacidade dos rios de lidar com volumes maiores de água e reduzir o risco de inundações, foram adotadas medidas como realocação de diques, criação de canais de desvio e remoção de obstáculos. Conforme Bruin, existem em torno de 12 diferentes tipos de soluções que são adaptadas conforme a realidade específica de cada área.

Missão – As comitivas da Prefeitura de Porto Alegre e do Governo do Estado viajaram a convite do governo dos Países Baixos para ampliar a cooperação no âmbito das ações de enfrentamento às enchentes. Organizada pela Embaixada do Reino dos Países Baixos no Brasil e pelo Netherlands Business Support Office Porto Alegre (NBSO Porto Alegre), a missão tem como anfitrião Caspar van Rijnbach, chefe do Netherlands Business Support Office Porto Alegre.

 

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