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Como a Starlink de Elon Musk vai funcionar no iPhone sem precisar de antena

O iPhone se tornou compatível com conexão via satélite desde o modelo 14. (Foto: Divulgação)

Imagine enviar mensagens do seu iPhone, mesmo em locais sem cobertura de celular, e sem a necessidade de uma antena para internet via satélite. Graças a uma colaboração entre a Starlink, de Elon Musk, e a operadora norte-americana T-Mobile, isso está se tornando realidade. Com a atualização para o iOS 18.3, os iPhones agora podem se conectar diretamente aos satélites da Starlink, eliminando a dependência de antenas adicionais.

Esse novo formato de comunicação via satélite permite ao usuário enviar um SMS para qualquer telefone em áreas que não possuem cobertura de sinal. Hoje o recurso é bem limitado e útil somente em casos isolados, quando o usuário precisar enviar uma mensagem de emergência, por exemplo. Contudo, a Starlink promete mudar esse cenário em um futuro próximo, sem exigir que as pessoas comprem o kit com antena específica para se conectar aos satélites da constelação de Musk.

Como funciona?

O iPhone se tornou compatível com conexão via satélite desde o modelo 14, que chegou ao mercado em 2022. Contudo, a tecnologia em si não chega a ser novidade, já que alguns celulares antigos também ofereceriam esse tipo de conectividade. A diferença é que, antigamente, eles precisavam de uma antena para isso, enquanto hoje não é mais necessário.

Com o tempo, fabricantes como a Qualcomm começaram a investir mais em chipsets com ampla conectividade, visando sair do básico e expandir os recursos dos smartphones. Tudo que a Apple fez foi adaptar a função para os seus próprios processadores – algo que já se faz presente desde o chip A15.

Para estabelecer conexão com um satélite, os smartphones compatíveis precisam operar com uma frequência específica, que fica em torno de 1 GHz. À medida de comparação, a conexão móvel do 4G utiliza uma banda variável de 1,8 a 2,6 MHz – ou seja, os satélites exigem uma frequência muito maior, consequentemente se limitando a chipsets mais poderosos.

A Apple precisou superar uma série de obstáculos para conseguir implementar esse recurso no iPhone 14. A conexão via satélite exige uma antena grande e poderosa, algo que seria impossível de integrar a um smartphone. Para solucionar essa questão, foi instalada uma pequena antena no interior do iPhone; o usuário precisa apontar o celular na direção do satélite, já que o componente não é longo o suficiente para detectá-lo a qualquer distância.

Apontar para o satélite

A solução que a Apple encontrou para auxiliar os usuários foi criar um app que indica a direção que o smartphone precisa ser apontado.

É necessário mantê-lo naquela posição até que todas as mensagens sejam enviadas e recebidas; geralmente, 15 segundos já bastam quando o céu está limpo, mas pode ser necessário esperar alguns minutos em climas nublados ou em ambientes onde a atmosfera está obstruída (por árvores, por exemplo).

Contudo, ainda há outro obstáculo nesse serviço: a largura da banda dos satélites é muito baixa, sendo equiparável a uma internet lenta. A Apple precisou criar um sistema de compressão que reduz significativamente a quantidade de dados a ser enviada, visando tornar a função viável.

Para garantir recursos que vão além das mensagens de texto, seria necessário aprimorar essa capacidade, já que mensagens de voz ou e outros tipos de arquivos são bem mais pesados.

A própria Starlink também já permite usar internet em praticamente qualquer lugar remoto do globo, mas não diretamente no celular. Para isso, você precisa comprar um kit com antena e roteador Wi-Fi para aproveitar o sinal da empresa.

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