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Geral Como anfitrião do Brics, Putin tenta mostrar ao mundo que o isolamento da Rússia só existe no Ocidente

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A visão da Rússia como uma potência global foi enunciada por Putin ao lado do presidente da China, Xi Jinping, principal pilar econômico do grupo. (Foto: Divulgação)

Quase três anos após ordenar que suas tropas avançassem sobre a Ucrânia e colocar a Rússia na mira de pesadas sanções ocidentais, o presidente Vladimir Putin voltou a ser anfitrião de um evento multilateral nessa terça-feira (22), quando delegações de todo o mundo chegavam a Kazan para a reunião anual do Brics. Impedido de visitar uma série de países por causa do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), órgão da ONU sediado em Haia, Putin pretende transformar o evento com os parceiros emergentes em uma demonstração de que o isolamento de Moscou é apenas uma ilusão nos olhos do Ocidente.

Putin começou a recepcionar os líderes estrangeiros e autoridades que se encaminham à Rússia nessa terça-feira, com uma agenda lotada há como muito não se via. Encontros iniciais pela manhã incluíram Xi Jinping, líder da China, Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, e a ex-presidente do Brasil e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD, também conhecido como banco do Brics), Dilma Rousseff. O Kremlin confirma que, ao longo dos próximos dias, o líder russo terá ao menos 17 reuniões bilaterais.

A visão da Rússia como uma potência global foi enunciada por Putin ao lado do presidente da China, Xi Jinping, principal pilar econômico do grupo – Pequim representa mais de 60% da produção econômica do grupo (era aproximadamente 70% antes da adição do Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes). O líder russo disse que as relações entre os países aumentava a estabilidade no mundo.

“A cooperação russo-chinesa nos assuntos mundiais atua como um dos fatores de estabilização na arena global”, disse Putin. “Temos a intenção de incrementar ainda mais a coordenação em todas as plataformas multilaterais, para garantir a segurança global e uma ordem mundial justa.”

Xi, que assim como Putin tem planos de ampliar ainda mais o Brics, seguiu a linha dos comentários do líder russo. Ressaltando as instabilidades no tabuleiro global, o presidente chinês também apontou a relação positiva entre China e Rússia como fator de estabilidade.

“O mundo está passando por mudanças profundas, sem precedentes em um século. A situação internacional é caótica, mas estou firmemente convencido de que a profunda amizade que une a China e a Rússia de geração em geração não mudará”, disse Xi.

Formado pelos cinco integrantes originais representados na sigla – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e outros quatro países que aceitaram convites para integrarem o bloco – Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes –, o Brics é visto em Moscou como uma poderosa ferramenta de integração e meio de contestação ao Ocidente. Com quase metade da população do mundo e mais de 35% da produção econômica global, ajustada pela paridade do poder de compra, o grupo pode ser um esteio para os interesses russos sob sanção.

“Ao lado de todos estes líderes, apertando as mãos e tirando fotos, Vladimir Putin tentará dizer ao mundo que a Rússia não está isolada”, afirmou Alexander Gabuev, diretor do Carnegie Russia Eurasia Center, em Berlim. “[Ele quer projetar que] a Rússia faz parte da maioria global e a parte da comunidade internacional que está tentando isolar a Rússia é o Ocidente. Portanto, o Ocidente é, por padrão, a minoria global que está condenando a Rússia ao ostracismo.”

Em um dos primeiros encontros bilaterais na manhã desta terça, com a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, o mandatário russo já abordou uma das propostas mais importantes que devem ser tratadas na cúpula – a criação de um sistema de pagamentos do Brics, independente do dólar, que atenderia aos interesses de Moscou tanto por oferecer um caminho alternativo para desviar das sanções, quanto ao representar uma forma de confrontar o status quo ocidental.

“Um aumento dos pagamentos em moedas nacionais torna possível atenuar os riscos políticos externos”, disse Putin a Dilma, referindo-se à base da proposta, que é criar um método de pagamento livre de dólares.

Dilma, atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento – criado como alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, duas instituições controladas pelos países ocidentais –, demonstrou simpatia à ideia, argumentando que os países do Sul Global têm “uma grande necessidade de financiamento”, mas enfrentam condições “complicadas” para obtê-los. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.

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