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Como fazer um currículo que chama a atenção de softwares de inteligência artificial

O que a ferramenta faz é criar uma lista com os CVs recebidos. (Crédito: Reprodução)

Você já parou para pensar na quantidade de currículos que um recrutador recebe? Na FESA Group, consultoria de recrutamento para média gerência, Marina Perez, pesquisadora sênior do escritório de Curitiba da empresa, diz que a quantidade de candidaturas depende do tipo da posição. Segundo ela, posições mais técnicas (especializadas) costumam apresentar menor quantidade, em torno de 60 a 80 currículos, enquanto posições mais generalistas podem chegar a mais de 200 currículos recebidos. Desse total, após um filtro da inteligência artificial, entre 30 e 50 currículos chegam, de fato, ao recrutador no caso das posições mais técnicas, e cerca de 80 nas generalistas.

Na Gupy, plataforma que trabalha com altos volumes de contratação, os números são outros. Guilherme Dias, CMPO e cofundador da Gupy, diz que em janeiro por volta de 80 mil posições novas foram criadas na plataforma e, competindo por essas posições, foram feitas mais de 13 milhões de inscrições de pessoas candidatas. “Essa é uma média geral, mas existem vagas com maior competitividade”, afirma Dias. “Cerca de 40% das oportunidades disponibilizadas por meio da Gupy são operacionais, normalmente presentes em setores como varejo, indústria e serviços. Elas concentram a maior concorrência por vaga, podendo chegar a milhares de pessoas competindo por uma única posição.”

Diante de números como esses, como chamar a atenção dos robôs que atuam nas etapas iniciais de recrutamento e dos próprios recrutadores, quando o currículo chega até eles?

Perez diz é importante que o currículo contenha informações completas sobre as passagens do profissional com uma rica descrição de suas atividades, formação acadêmica completa, habilidade com outros idiomas, cursos etc. “Garantir que o currículo apresente as palavras-chave contidas no anúncio também é uma boa prática”, explica.

Perez diz ainda que o currículo deve apresentar uma descrição clara da linha do tempo das passagens do candidato – quanto tempo em cada empresa e em cada posição. Na descrição das atividades, o candidato pode utilizar “bullet points”, que facilitam a leitura e o entendimento das atividades, recomenda a especialista. Caso a posição seja uma que exija certificados como PMP, Green Belt etc, é importante garantir que as informações estejam já no início do currículo, preferencialmente junto a toda informação de formação acadêmica, avisa Perez. Evitar erros de linguagem também é importante, frisa a recrutadora.

Para ela, é preferível que o CV seja entregue em formato de PDF, assim os riscos com problemas de formatação do documento são minimizados. O LinkedIn, ela diz, pode, sim, ser usado, contanto que as informações que estão lá estejam 100% atualizadas e descritas de forma clara.

Dias, da Gupy, ressalta que na solução da plataforma todos os currículos enviados para uma vaga chegam ao recrutador. O que a ferramenta faz é criar uma lista com os CVs recebidos, ordenada segundo os requisitos das vagas.

Veja algumas dicas sobre como criar o currículo e o seu perfil para outras plataformas que usam inteligência artificial:

– Escreva o currículo de forma objetiva: Foque em descrever o que for relevante para a vaga, como as ferramentas que você utilizava, as atividades que fazia e outras informações relevantes, de forma clara e objetiva.

– Filtre as experiências que irá adicionar no currículo: Você não deve contar todo o seu histórico profissional no currículo, como muitos pensam. É importante refletir sobre todas as suas vivências e formações, e a partir disso filtrar as experiências que são mais relevantes para o cargo em questão. Além disso, para fazer esse filtro é importante levar em consideração que a IA analisa todas as experiências e formações que podem ser importantes para a vaga.

– Coloque cursos que foram mais extensos como formação acadêmica: Se desejar adicionar cursos extensos, optativas da faculdade ou outras vivências não tão tradicionais, adicione-os nas formações acadêmicas.

– Cite experiências profissionais relevantes, mesmo que tenham sido informais: Experiência não é só um trabalho formal com carteira assinada, e talvez nem esteja relacionada com trabalho, ela pode ser um curso, trabalho voluntário, uma matéria optativa na faculdade entre outras.

– Descreva ferramentas, programas, sistemas e técnicas: Quando for falar sobre projetos ou descrever as atividades que você fazia, nunca se esqueça de citar ferramentas, programas, sistemas e técnicas que fizeram parte dessas vivências.

– Cite exemplos: No currículo, concentre-se em mostrar o que você já fez e não falar o que você sabe fazer. Sempre cite exemplos de situações em que a sua habilidade apareceu.

– Adicione vivências importantes no final do currículo: Coloque ao final do currículo experiências que fizeram a diferença para a sua formação profissional ou te ajudaram a desenvolver uma habilidade muito importante.

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