Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2024
A PF deflagrou a Operação I-Fraude e prendeu três suspeitos, sendo um pai e um filho que moram em Vinhedo (SP).
Foto: Divulgação/PFA Polícia Federal (PF), que investiga a invasão de sistemas federais e o vazamento de dados de autoridades e pessoas públicas, detalhou como funcionava o esquema de entrega das informações, que tinha, entre os “clientes”, membros de facções criminosas e agentes de forças de segurança, incluindo policiais.
Na quinta-feira (1º), a PF deflagrou a Operação I-Fraude e prendeu três suspeitos, sendo um pai e um filho que moram em Vinhedo (SP). O outro preso estava em Caruaru (PE). Também foram expedidos 11 mandados de busca e apreensão em cinco estados da federação.
Entre as autoridades que tiveram os dados pessoais vendidos em uma rede social, está o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a investigação da Polícia Federal, as suspeitas surgiram depois da identificação de uma invasão de banco de dados de sistemas federais. Informações pessoais de milhares de pessoas, entre elas inúmeras autoridades e pessoas publicamente conhecidas, depois ficavam disponíveis para consulta em um painel.
O painel de consulta era oferecido, principalmente, por meio de plataformas de redes sociais. Existiam “planos de mensalidades”, de acordo com o número de consultas realizadas. O sistema contava com aproximadamente 10 mil “assinantes” com uma média de 10 milhões de consultas mensais.
A PF identificou, dentre os usuários, membros de facções criminosas e até mesmo integrantes das forças de segurança. Com relação a estes últimos, os criminosos ofereciam o serviço de forma gratuita. No entanto, o servidor precisava enviar, para comprovação de identidade, foto de sua carteira funcional.
Dessa maneira, os criminosos obtiveram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pública, que também tiveram seus próprios dados fornecidos.
Conforme informações da PF, os criminosos desenvolveram um painel de consulta disponibilizado por meio das redes sociais, no qual terceiros podiam acessar esses dados roubados. Além disso, a PF identificou a existência de diversos “planos” de mensalidades, que variavam de acordo com o número de consultas realizadas. Ao todo, o painel tinha cerca de 10 mil assinantes, com uma média de 10 milhões de consultas por mês.
A suspeita é que eles tenham faturado, ao menos, R$ 10 milhões com o esquema criminoso entre 2020 e 2024. De acordo com a PF, foi determinado o bloqueio de cerca de R$ 4 milhões das contas dos investigados.
As penas para o crime de invasão de dispositivo informático, lavagem de bens ou valores e organização criminosa podem chegar a 23 anos de reclusão, sem prejuízo de que, com a continuidade das investigações, os suspeitos possam responder por outros crimes em que tenham envolvimento.