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Como o Ministro da Fazenda reagiu à decisão do Copom mantendo os juros altos

Ex-presidente da autarquia diz que ataque do governo afeta reputação do BC. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (4) que ficou “bastante preocupado” com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A decisão foi tomada ontem, após reunião do colegiado do Banco Central.

“Eu fiquei bastante preocupado com decisão de ontem do nosso Copom de manter pela terceira vez maior taxa de juros do mundo numa economia que tem hoje uma das mais baixas taxas de inflação”, afirmou o ministro da Fazenda. A afirmação foi feita em diálogo entre ministros e conselheiros no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, no Palácio do Itamaraty.

“Ainda assim, nós vamos perseverar, em tentar harmonizar política fiscal com monetária, vamos perseverar no diálogo com Congresso Nacional, vamos perseverar no diálogo com a sociedade, , porque entendemos que esse é um tema muito importante”, disse Haddad. “Esse é um tema (queda dos juros) muito importante, que não opõe o político ao técnico.”

Segundo ele, existem diferentes “visões sobre como operar política econômica”.

Ele descartou “qualquer tipo de pressão política sobre um órgão que tem a mesma legitimidade que eu tenho”, referindo-se ao BC. Mas disse que a queda dos juros importa para a política fiscal, “o planejamento de longo prazo” do país, empresários e a reindustrialização.

Agenda internacional

O ministro da Fazenda embarca na próxima segunda-feira (8) para o Japão, onde participará, junto com o presidente Lula,  de reunião do G-7, em Niigata. O Brasil não faz parte do grupo, formado pelas principais economias do mundo, mas foi convidado para o encontro deste ano, juntamente com Índia e Indonésia.

O Brasil não era convidado para uma reunião do G-7 desde o último governo de Luiz Inácio Lula da Silva, informou o Ministério da Fazenda.

Haddad deverá desembarcar em Tóquio na tarde de quarta-feira (11). Na visão do Ministério da Fazenda, a reunião do G-7 será oportunidade para o Brasil se colocar como um ator que voltou à cena geopolítica, e também ao cenário econômico. Fernando Haddad pretende explicar que, apesar das dificuldades enfrentadas pelas economias emergentes, é um país que tem uma política econômica organizada e ambiciosa para os próximos quatro anos.

Autonomia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a chamar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de “esse cidadão” e afirmou que poderia rever a autonomia da autoridade monetária, aprovada pelo Congresso durante o governo do seu antecessor, Jair Bolsonaro.

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