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Variedades Como o Alzheimer deixou o ator de Hollywood Gene Hackman sozinho em seus últimos dias: “Era como se vivesse em um filme que se repetia”

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Aos 95 anos, ele estava com a saúde debilitada e sofria de um estágio avançado de Alzheimer. (Foto: Reprodução)

O ator Gene Hackman estava sozinho em sua casa, na cidade de Santa Fé, Novo México, nos EUA, quando faleceu. A estrela de Hollywood, com duas estatuetas do Oscar, não fez uma única ligação e não havia se alimentado. Aos 95 anos, ele estava com a saúde debilitada e sofria de um estágio avançado da doença de Alzheimer.

Médicos especialistas acreditam que é possível que o ator nem sequer tenha percebido que sua esposa havia morrido na casa onde moravam. Caso tenha percebido, disseram especialistas à BBC, ele provavelmente passou por diversas fases de confusão e luto, tentando acordá-la antes que a doença causasse tanta desorientação ou sobrecarga emocional que o impedisse de agir. O processo possivelmente se repetiu por dias, antes que ele também falecesse.

As autoridades no Novo México afirmam que Betsy Arakawa, de 65 anos, morreu em decorrência de um vírus raro cerca de sete dias antes de Hackman falecer, em 18 de fevereiro, por causas naturais. O casal, juntamente com um de seus cachorros, foi encontrado sem vida em sua residência em Santa Fé, depois que uma patrulha de segurança da vizinhança realizou uma inspeção de bem-estar e avistou seus corpos no chão por uma janela.

Inicialmente, as autoridades afirmaram que a descoberta trágica era “suficientemente suspeita” para justificar a abertura de uma investigação. Os corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição. No entanto, a investigação policial não encontrou indícios de crime.

Em vez disso, o caso lançou luz sobre a dura realidade do Alzheimer — uma doença que danifica e destrói progressivamente as células do cérebro, comprometendo a memória e outras funções mentais importantes.

“Era como se ele vivesse em um filme que se repetia”, explicou à BBC Catherine V. Piersol, terapeuta ocupacional com décadas de experiência no cuidado de pessoas com demência, ao descrever como Hackman pode ter revivido, repetidamente, a perda da esposa.

Piersol apontou que pacientes com Alzheimer avançado, como era o caso do ator, vivem no presente, mas são incapazes de lembrar momentos do passado ou planejar o futuro e agir.

“Imagino que ele deve ter tentado acordá-la, sem sucesso. Mas depois pode ter se distraído com algo em outro cômodo, com um dos cachorros ou algo assim”, descreveu.

Depois, ele se daria conta novamente de que sua esposa estava caída no chão e voltaria a “reviver” a experiência.

Embora ninguém saiba exatamente como Hackman passou seus últimos dias de vida, a natureza sombria das possibilidades foi discutida por autoridades locais e pela médica legista do Estado.

Em uma coletiva de imprensa na semana passada, a doutora Heather Jarrell, chefe da perícia médica do Novo México, informou que Arakawa morreu em decorrência da síndrome pulmonar por hantavírus (SPHV), uma doença respiratória causada pela exposição a roedores infectados.

Hackman morreu em consequência de uma doença coronariana, com o Alzheimer como fator contribuinte. Dado o estágio avançado do Alzheimer de Hackman, é “muito possível que ele não estivesse consciente de que ela [sua esposa] havia falecido”, afirmou a doutora Jarrell.

A autópsia indica que ele não havia comido recentemente, embora não houvesse sinais de desidratação. As autoridades não encontraram evidências de que ele tenha entrado em contato com alguém após a morte da esposa, nem puderam determinar se ele tinha condições de cuidar de si mesmo.

Já a doutora Piersol explicou que pacientes com Alzheimer em estágio avançado não conseguem perceber sinais do ambiente, como luz e escuridão, o que dificulta a decisão sobre quando devem comer, dormir ou tomar banho. “Esses [sinais] muitas vezes simplesmente deixam de estar disponíveis para pessoas nesse estágio da demência”, comentou.

Confusão e agitação

O médico Brendan Kelley, neurologista especializado em memória e cognição do Centro Médico da Universidade do Sudoeste do Texas, explicou que Hackman também pode não ter conseguido ligar para as autoridades em busca de ajuda.

Ele disse que a doença de Alzheimer pode deixar os pacientes presos entre o desconforto emocional e a incapacidade de agir para resolvê-lo.

“Uma pessoa pode se sentir preocupada ou assustada, mas, ao mesmo tempo, não conseguir tomar as ações que você ou eu normalmente tomaríamos para aliviar essa ansiedade ou preocupação, como ligar para alguém ou sair para falar com um vizinho.”

Kelley indicou que pacientes com Alzheimer ainda experimentam emoções como tristeza e luto, e sentem necessidades físicas como fome e sede, mas têm mais dificuldade em identificar o que estão sentindo.

 

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