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Mundo Como os protestos contra a brutalidade policial podem impactar as eleições presidenciais nos Estados Unidos

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Chance de Trump (D) e Biden conquistarem 269 delegados, cada, é remota, mas não improvável. (Foto: Reprodução)

Os protestos contra brutalidade policial que voltaram a tomar as ruas de diversas cidades americanas nos últimos dias vêm ganhando destaque na campanha presidencial, em uma semana em que o Partido Republicano realiza sua convenção nacional e oficializa a candidatura do presidente Donald Trump à reeleição.

As manifestações mais recentes foram desencadeadas no domingo (23), depois que Jacob Blake, um americano negro, foi baleado sete vezes pelas costas, diante dos filhos pequenos, por policiais em Kenosha, no Estado de Wisconsin. Blake está hospitalizado e, segundo sua família, ficou parcialmente paralisado por causa dos ferimentos.

Apesar de as demonstrações contra injustiça racial e de apoio ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que desde maio ocorrem nos Estados Unidos, serem, em sua maioria, pacíficas, houve atos de violência e destruição em Kenosha.

Na noite de terça (25), duas pessoas foram mortas a tiros e uma ficou ferida, depois que manifestantes foram confrontados por homens brancos armados descritos pela polícia local como uma “milícia”. O acusado dos disparos é um adolescente de 17 anos.

Enquanto o ex-vice-presidente democrata Joe Biden, oficializado como candidato de seu partido em convenção na semana passada, reagiu aos acontecimentos dos últimos dias com críticas à brutalidade policial, Trump e outros republicanos têm buscado reforçar a imagem dos protestos como foco de saques e depredações e em sua mensagem de “lei e ordem”.

“Eles estão realmente focando nos saques, violência, vandalismo”, diz à BBC News Brasil o cientista político Todd Belt, professor da George Washington University, em Washington.

“E estão tentando usar isso para focar nos aspectos de lei e ordem, para não terem de abordar as questões de direitos civis”, observa.

Estratégia

Segundo Belt e outros cientistas políticos, o objetivo dessa estratégia é conquistar os eleitores dos subúrbios residenciais de maioria branca que abandonaram o Partido Republicano recentemente e que moram em Estados cruciais para uma vitória na eleição de 3 de novembro.

Uma vitória em Wisconsin, um dos chamados Estados-pêndulo (que podem pender tanto para o lado democrata quanto republicano), é considerada essencial para que Trump permaneça na Casa Branca.

Em 2016, Trump venceu o Estado com menos de 23 mil votos de vantagem sobre sua adversária democrata, Hillary Clinton. No condado de Kenosha, Trump venceu por apenas 238 votos.

Pesquisas de intenção de voto mostram Biden com 49% no Estado, cinco pontos percentuais à frente de Trump, que tem 44%. Outras pesquisas também indicam 58% dos eleitores registrados no Estado não aprovam a resposta de Trump à pandemia de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

Os Estados Unidos são o principal epicentro da pandemia, com mais de 6 milhões de casos confirmados, mais de 183 mil mortes, uma grave crise econômica e a taxa de desemprego mais alta desde a Grande Depressão. A pandemia também mostrou as desigualdades raciais do país, com taxa de mortalidade desproporcionalmente alta entre negros e latinos.

“Trump gostaria que a mensagem da campanha fosse a de que os democratas vão trazer anarquia, protestos, loucuras, e que ele será o ponto de estabilidade. E não sobre coronavírus e pandemia e o fato de que ainda não saímos disso”, diz à BBC News Brasil o cientista político Hans Noel, professor da Universidade de Georgetown, em Washington.

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