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Saiba por que o número de passageiros da lista do avião que caiu em Vinhedo mudou no dia após o acidente

Ao todo, 62 pessoas morreram no maior desastre aéreo desde 2007. (Foto: Reprodução)

A companhia aérea Voepass confirmou, na manhã deste sábado (10), a 62ª morte na queda de avião em Vinhedo (SP), na sexta-feira (9). Trata-se de Constantino Thé Maia.

De acordo com a empresa, o nome de Constantino não estava na lista de passageiros embarcados por uma “questão técnica identificada pela companhia referente às validações de check-in, validação do embarque e contagem de passageiros embarcados”.

“Em respeito à identidade do passageiro e de sua família, a Voepass decidiu confirmar a informação de que Constantino estava a bordo do voo 2283 somente quando não houvesse dúvidas”, disse a companhia, por meio de nota. É protocolo no setor de aviação que o nome da vítima seja divulgado somente após o contato com a família.

Segundo a família, Constantino tinha 50 anos e era representante comercial de várias empresas do ramo de construção civil. Não houve sobreviventes no desastre aéreo. As 62 pessoas que estavam na aeronave morreram – foi o maior desastre aéreo do País em número de vítimas desde 2007. Os corpos retirados foram levados pelo Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para a capital, onde será feita a identificação.

O gabinete de crise montado no local do acidente é formado pelas polícias Federal, Militar, Civil, Científica, além de Cenipa, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e representantes da companhia aérea Voepass. O scanner 3D utilizado pela Polícia Federal é uma tecnologia moderna que acelera a localização dos corpos.

Porta-voz do Corpo de Bombeiros, Maycon Cristo detalhou como foi feito o trabalho. Primeiro, foi realizada uma perícia na parte externa da aeronave e, posteriormente, iniciou-se um trabalho “mais meticuloso” de recorte do avião para a retirada de partes que estão em locais de difícil acesso.

As condições climáticas estão entre as hipóteses mais fortes para explicar a queda do avião. Imagens da queda do avião, que mostram a aeronave caindo em um giro vertical, posição chamada de “parafuso chato” no meio da aviação, são o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o “estol”.

Segundo especialistas, a perda de sustentação da aeronave pode estar associada à formação de gelo nas asas do avião, mas só a investigação será capaz de dar a resposta.

O Brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), reafirmou que a tripulação não declarou situação de emergência durante o voo. O avião, que transportava 58 passageiros e 4 tripulantes, decolou de Cascavel (PR) às 11h46. De acordo com informações da Força Aérea Brasileira (FAB), o voo seguiu dentro da normalidade até às 13h20.

“A partir das 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda do contato do radar ocorreu às 13h22”.

Tiago Pereira, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), reforçou que o governo federal e o governo de São Paulo estão com todas as agências na região para encaminhar o que for necessário em relação ao acidente.

 

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