Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de setembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Posso apostar que a palavra mais ouvida nos noticiários dos últimos tempos é “corrupção”. Você tem noção do tamanho do gasto com esses esquemas, em valores monetários? Um estudo feito pela ONU (Organização das Nações Unidas) prevê que o custo chega a ser de R$ 200 bilhões por ano no Brasil. Ou seja, quase R$ 2 milhões a cada 5 minutos. Aí eu me pergunto: o que poderia ter sido feito com todo esse dinheiro?
Vamos às comparações: com R$ 200 bilhões, poderiam ser construídos 52,7 mil quilômetros de estradas duplicadas. Aliás, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) precisa de R$ 50 milhões, no Rio Grande do Sul, para acelerar o ritmo das obras da rodovia BR-116 – lembrando que, somente no apartamento do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), já havia mais ou menos esse valor em cédulas escondidas em caixas e malas.
Falando em mala, como não lembrar o ex-deputado Rocha Loures (PMDB), flagrado recebendo R$ 500 mil oriundos de propina? Porém, atualmente esse valor chega a representar somente um “troco” perto do que tem aparecido. Com os R$ 10 bilhões que a empresa Odebrecht admitiu ter pago em propinas nos últimos oito anos, daria para construir 5.421 creches, para atender 867.360 crianças, ou comprar 83.944 ambulâncias.
Preciso lembrar-lhe que todo esse dinheiro sai do seu bolso, devido a uma carga tributária gigantesca – a segunda maior de toda a América Latina – e que oprime o setor produtivo, o grande responsável pela geração de empregos. Quanto maior a carga tributária, menor é a capacidade de investimento do setor privado.
Vamos à última, mas não menos chocante comparação: a Europa, para reerguer-se após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), teve um custo, em valores atualizados, de U$$ 100 bilhões, o que daria algo entorno R$ 326 milhões de reais, cifra próxima aos R$ 400 bilhões “distribuídos” pelo BNDES a um número bem restrito e privilegiado de beneficiários.
Então espere só para ver, pois as surpresas estão bem longe de chegar ao final. Cabe aos cidadãos apoiar as operações da Polícia Federal para que as investigações nunca diminuam de ritmo e os responsáveis por esses escândalos sejam punidos à altura do que causaram ao Brasil.
Theodora Cioccari é engenheira e associada do IEE
theodora@fida.com.br
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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