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Complica situação de Skaf na Fiesp, após virar réu

O clima pode esquentar na reunião de diretoria, nesta quarta (27), da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Será a primeira depois que seu presidente, Paulo Skaf, virou réu na Justiça. Ele é acusado de corrupção e caixa 2. A expectativa é até de renúncia, por coerência: em 2016, Skaf defendeu a saída de diretor denunciado como maior devedor da União, mais de R$ 6,9 bilhões. E fez a Fiesp divulgar nota sobre sua “intransigência no combate à sonegação e corrupção.”

Bobeou, dançou
O diretor da Fiesp Laodse de Abreu Duarte, cuja saída era defendida abertamente por Skaf, acabou renunciando ao cargo.

A regra é clara
O artigo 27 do estatuto da Fiesp prevê a destituição de diretor no caso de “conduta incompatível com a ética, a dignidade e o decoro do cargo”.

Acusação aceita
Paulo Skaf virou réu na Justiça Eleitoral, acusado de levar R$ 5 milhões em propina e “caixa dois”, pagos pela Odebrecht, estrela da Lava Jato.

Bico caladíssimo
Embora solicitado por dois dias consecutivos, por meio da assessoria, a comentar sua situação na Fiesp, Skaf manteve-se em silêncio sepulcral.

Operação da PF era aguardada até pela imprensa
Não era só da deputada Carla Zambelli (PSL-RS) a expectativa de operações da Polícia Federal, inclusive no Rio, contra governadores e prefeitos suspeitos de roubar na compra de materiais contra o covid-19. O “chute” refletiu uma aposta generalizada, após a prisão de corruptores e corrompidos no governo de Wilson Witzel. Rumores sobre operação da PF foram noticiados em veículos como a revista Crusoé, como quando da chegada à cidade, dia 20, do jato de transporte de policiais federais.

Sem surpresa
A fofoca que a deputada compartilhou recebeu tratamento de “escândalo”, como se a operação da PF tivesse sido “surpreendente”.

Expectativa diária
Segunda (25), a PF agiu em Fortaleza. No Recife, cresce a expectativa de operação da PF contra compras de R$ 670 milhões sem licitação.

Tem para todos
Amapá e Pará tiveram suas operações. Prefeituras do interior de SP e também empresa que vendeu testes para Rondônia foram alvos da PF.

Perseguição?
A investigação começou na própria Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas quando chegou em Wilson Witzel, subiu para a Polícia Federal e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em razão do privilégio de foro do governador. Foi um ministro do STJ quem ordenou a Operação Placebo.

Piada pronta
A acusação do governador Wilson Witzel de “perseguição” não combina com os fatos, e faz lembrar a velha piada do ladrão que corre da polícia, mas, para disfarçar, também grita “pega ladrão!, pega ladrão!”

Quem quer, elogia
Em entrevista ao site Diário do Poder, o ex-ministro Osmar Terra fez elogios ao ministério “de altíssima qualidade” de Bolsonaro. “Tem todas as condições de conduzir o Brasil para um futuro melhor”, disse ele.

Sandálias da humildade
O ministro Celso de Mello soltou os cachorros contra os que atacam o Supremo Tribunal Federal, e com razão. Mas não teve a humildade de admitir o erro de vazar o vídeo que, inútil ao inquérito, só agravou a crise.

Inimputável
Juíza de 1ª instância condenou um cursinho de BH a indenizar Dilma Rousseff por “danos morais” por associar foto dela ao texto “Como deixar de ser burro”. Quanto aos danos da petista ao País, nada. Cabe recurso.

ONG ama dinheiro público
De olho na grana, como sempre, uma associação de organizações não-governamentais criou uma outra ONG para pressionar o governo, deputados e senadores a revogarem o Teto dos Gastos Públicos.

Bom seria liberar geral
O vídeo divulgado por ordem do ministro Celso de Mello para expor Bolsonaro fez lembrar ao advogado Pedrinho Barreto, ex-presidente do PSDB-SE: “Imagine se divulgam as sessões administrativas do STF…”

Efeito da transparência
O dólar comercial caiu pelo segundo dia seguido depois da divulgação do vídeo da reunião ministerial e fechou ontem cotado a R$ 5,35, exatamente o mesmo valor em que era negociado no dia 29 de abril.

Pensando bem…
… já lá se foi o tempo em que autoridades tinham fé pública.

PODER SEM PUDOR

Um soco de cinema
Ao chegar na Câmara para trabalhar, em 1990, o jovem deputado Eduardo Siqueira Campos, então no PDC, soube que Brandão Monteiro (PDT-RJ) fizera violento discurso contra seu pai, governador do Tocantins. Eduardo é do tipo boa praça e encontrou Monteiro ainda no plenário. Ao vê-lo, o deputado do Rio insultou-o e a seu pai, outra vez. Eduardo pediu que parasse, mas Monteiro, que tinha fama de valentão, insistiu. O filho virou fera ferida: fechou os olhos e desferiu um soco de cinema, único de sua vida, que pegou em cheio e entrou para a História, deixando Brandão nocauteado no chão do plenário.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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