Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2024
A Temu começou a vender seus produtos no País, acirrando o ambiente de competição no comércio on-line brasileiro. Os testes iniciais começaram na tarde de quarta-feira (5), com ampla oferta de produtos de baixo valor, a partir de R$ 1,99, com frete grátis e crédito pré-liberado como garantia em caso de atraso nas entregas.
O início das atividades acontece ao mesmo tempo em que foi aprovado, no Senado Federal, na quarta-feira, a taxação de 20% sobre mercadorias importadas acima de 50 dólares. A empresa aguardava desfecho mais claro desse tema para bater o martelo e começar a atuar por aqui.
A operação de logística está sendo feita inicialmente pela J&T EXpress, mas há outras opções de entrega, como pelos Correios. Mesmo em produtos de baixo valor, a companhia não cobra pelo frete, e, além disso, promete devolução imediata, sem custos, se ela chegar danificada no País. E ainda garante R$ 10,00 em crédito se a data de chegada do pedido não for cumprida.
Também havia a possibilidade de reembolso imediato da compra se o envio da remessa ultrapassar o período de 15 dias e não houver atualizações sobre a situação da encomenda.
Pelo pacote de opções que a chinesa está oferecendo ao consumidor, para começar a entrar na batalha pelo mercado brasileiro, já dá para compreender melhor o nível de agressividade da companhia.
Em simulações de compra, a Temu oferecia R$ 15,00 de cupom de desconto em compras acima de R$ 175. Na home principal do aplicativo, havia ofertas relâmpago de produtos a partir de R$ 1,99 – uma estratégia muito utilizada por AliExpress e Shopee. O desconto de inauguração no aplicativo é de 90%.
Alguns consumidores que tentaram fechar compras tiveram problemas com o carrinho na loja virtual, segundo comentários postados em redes sociais, mas a expectativa é que os problemas sejam resolvidos em breve.
A Temu vai operar dentro do programa de conformidade Remessa Conforme, após autorização concedida pela Receita Federal em 21 de maio, e, pelas regras, lojistas da empresa poderão exportar mercadorias com o consumidor brasileiro pagando 20% de imposto de importação, mais ICMS estadual de 17%.
Pinduoduo
A Temu é controlada pelo grupo Pinduoduo, terceira maior plataforma de serviços digitais da Ásia, atrás apenas da Taobao, do Alibaba, e do Douyin, dono do “Tik Tok da China”.
No momento da compra, os “pop ups” de cupons que aparecem no aplicativo são visualmente muito parecidos com os da concorrentes Shopee. Assim como as cores, em laranja, vermelho e branco, as mesmas tonalidades usadas pela Shopee em suas ações comerciais.
A empresa estava cobrando os 17% de ICMS sobre as compras, mas não os 20% do imposto de importação aprovado pelo Senado, porque ainda é necessário sanção presidencial.
Nos compromissos que a Temu afirma que passa a ter com o consumidor brasileiro, em texto publicado em seu aplicativo, ela garante que fornecerá R$ 10,00 de crédito, direto na conta do cliente, em caso de envio atrasado (o que pode até superar o valor do item em si). E o dinheiro será adicionado ao saldo da carteira até 48 horas após a última data de entrega estimada.
A empresa garante ainda que oferecerá reembolso se a compra não tiver atualização no sistema por mais de 15 dias. E se caso o pedido chegue após a liberação do reembolso, o cliente pode ficar tanto com o dinheiro devolvido como com o produto.
Ainda foi lançada pela empresa uma “política de ajuste de preços em 30 dias”. É algo que seus rivais diretos, como Shopee, AliExpress e Shein, não têm. Nesse caso, se a mercadoria comprada pelo consumidor tiver redução de preço 30 dias após a aquisição, a Temu irá depositar a diferença dos valores na conta virtual. Itens em promoção podem não se qualificar para essa condição.