Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2025
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que comanda a Presidência rotativa da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) no momento, convocou uma reunião de emergência nesse domingo (26) em meio à crise envolvendo a deportação de imigrantes dos Estados Unidos sob o novo governo de Donald Trump. Anunciada para 30 de janeiro, a pauta do encontro se centrará em imigração, meio ambiente e unidade latino-americana e caribenha.
A convocação acontece horas após os EUA e a Colômbia trocarem sanções tarifárias depois que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se recusou a receber dois aviões militares com imigrantes deportados dos EUA, alegando que eles não podem ser tratados como “criminosos”. Em resposta, Trump anunciou a imposição de 25% de tarifas aos produtos colombianos (podendo chegar a 50% dentro de uma semana) e a suspensão dos vistos para pessoas do país. Petro, por sua vez, reagiu impondo as mesmas tarifas, afirmando que o governo apoiará a substituição dos produtos americanos em circulação no seu mercado por outros de fabricação nacional.
O México, que no sábado disse estar disposto a colaborar com os EUA, também negou a entrada de um avião militar com deportados pelo governo Trump, mas ainda não houve resposta da Casa Branca à atitude. Segundo a rede americana NBC News, a aeronave não chegou a decolar, provavelmente por falta de aprovação do plano de voo, embora o motivo da recusa não tenha sido esclarecido pelas autoridades mexicanas.
Autoridades de ambos os países alegaram que só receberão os imigrantes enviados pelo novo governo americano quando forem estabelecidos protocolos que garantam sua transferência com dignidade.
Brasil
Como pano de fundo do imbróglio está a chegada do primeiro avião de deportados dos EUA ao Brasil, na noite deste sábado, em que passageiros do voo aterrissaram com os pés e as mãos algemados. Os passageiros também denunciaram ter sido agredidos por agentes americanos, além de ter acesso à agua e banheiro limitado.
A operação fazia parte de um acordo firmado entre Brasília e Washington em 2017 para garantir o retorno acelerado de imigrantes irregulares sem que precisassem ficar detidos por muito tempo nos EUA, sem relação com as duras políticas migratórias anunciadas esta semana. O governo federal cobrou explicações à Casa Branca.