Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2020
O presidente francês Emmanuel Macron também disse que, se uma vacina for descoberta, “será um bem público global, à qual todos deverão ter acesso”
Foto: ReproduçãoA reunião anual da OMS (Organização Mundial da Saúde) foi aberta, nesta segunda-feira (18), virtualmente pela primeira vez em sua história, com os países exigindo que a futura vacina contra o coronavírus seja um “bem público” e que a organização sanitária passe por reformas, a fim de torná-la mais responsiva a pandemias.
Ao abrir as discussões, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Antonio Guterres, criticou os países que “ignoraram as recomendações da OMS”, considerando que o mundo paga “um preço alto” pelas estratégias divergentes.
“Como resultado, o vírus se espalhou por todo o mundo e agora está se dirigindo para os países do Sul, onde pode ter efeitos ainda mais devastadores”, acrescentou, pedindo um “grande esforço multilateral em face desta tragédia”. “Espero que a busca por uma vacina possa ser o ponto de partida”, disse ele na reunião que deve durar até terça-feira (19).
Neste sentindo, o presidente chinês Xi Jinping garantiu que uma eventual vacina chinesa se tornará um “bem público mundial”, prometendo que seu país dedicará dois bilhões de dólares em dois anos à luta global contra a Covid-19.
Em uma mensagem de vídeo, o presidente francês Emmanuel Macron também disse que, se uma vacina for descoberta, “será um bem público global, à qual todos deverão ter acesso”.
Apesar da escalada de tensões entre Washington e Pequim, os países esperam adotar durante esta reunião uma longa resolução promovida pela União Europeia, que apela a um “acesso universal, rápido e equitativo a todos os produtos necessários para a resposta à pandemia”.
O texto também pede o lançamento “o mais rápido possível de um processo de avaliação” para examinar a resposta sanitária internacional e as medidas tomadas pela Organização Mundial da Saúde diante da pandemia.
A este respeito, o chefe da OMS, Tedros Adhanom, declarou na reunião que lançaria uma investigação “o mais rápido possível, no momento apropriado, para revisar as experiências e lições aprendidas e fazer recomendações para melhorar a preparação e resposta nacional e global à pandemia”.
A resolução também pede à OMS que “colabore estreitamente com a Organização Mundial de Saúde Animal, a Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas e os países com o objetivo de identificar a fonte zoonótica do vírus e determinar por que via foi introduzido na população humana, em particular por meio de missões científicas e de colaboração de campo”.