Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2017
Roger Abdelmassih, de 74 anos, que voltou à prisão neste fim de semana após ficar livre por problemas de saúde, teve uma noite tranquila de sábado (1º), para este domingo (2), no complexo prisional de Tremembé, no interior paulista.
Após o retorno, foi a primeira noite de Abdelmassih – que, mesmo estando com outros três detentos, também doentes, em uma cela perto da enfermaria do presídio, não necessitou de atendimento médico nenhuma vez.
Ele teve a prisão revogada e voltou à cadeia neste fim de semana após muita polêmica. Conhecido inicialmente por dar vida a uma grande quantidade de bebês com seus tratamentos de fertilização, Adelmassih acabou denunciado por abuso sexual contra dezenas de pacientes, que agora questionavam sua prisão domiciliar.
O Tribunal de Justiça (TJ-SP) revogou o benefício apenas uma semana após ser concedido pela juíza da VEC (Vara de Execuções Criminais ) Sueli Zeraik. De volta a Tremembé, ele não deve ter problemas de relacionamento, já que está com pessoas que conhecia antes de retornar à prisão e na mesma cela. Em casa, ele era monitorado por uma tornozeleira eletrônica.
Recurso
Abdelmassih deve seguir em regime fechado, enquanto defesa e Ministério Público discutem na Justiça, com laudos contraditórios sobre sua saúde, se ele pode ou não ficar encarcerado. Se precisar de atendimento médico, ele será levado para o hospital em Taubaté (SP).
“Hoje, em regime de plantão, será impetrado um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça e a decisão não deve tardar por o paciente ser pessoa idosa”, falou o advogado de defesa Antônio Celso Galadino Fraga.
Histórico
Roger, que era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado a 278 anos de reclusão em novembro de 2010. Foram considerados 48 ataques a 37 vítimas entre 1995 e 2008. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça) dava a ele o direito de responder em liberdade.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia. Em 24 de maio de 2011, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo cassou o registro profissional de médico de Abdelmassih.
Após três anos foragido, quando chegou a ser considerado o criminoso mais procurado de São Paulo, Abdelmassih foi preso no Paraguai pela Polícia Federal, em 19 de agosto de 2014. Em outubro daquele ano, a pena dele foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias, por decisão judicial. Entretanto, pela lei brasileira, nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 30 anos.