Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2024
Alexandre Nardoni foi condenado pelo assassinato de sua filha Isabella Nardoni, de 5 anos, em 2008.
Foto: ReproduçãoCondenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella Nardoni, Alexandre Nardoni foi liberado pela Justiça para passar as festas de fim de ano em uma casa de praia no litoral de São Paulo. A juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli aceitou o pedido da defesa de Nardoni para viajar à cidade de Guarujá, na Baixada Santista. Ele ficará em um condomínio de alto padrão no bairro Jardim Acapulco. Nardoni foi liberado a ficar no litoral entre os dias 23 de dezembro deste ano e 3 de fevereiro de 2025.
No pedido, a defesa alegou que, com o período no litoral ao lado da família, Nardoni vai conseguir “estabelecer um convívio mais próximo com os filhos que cresceram sem a presença do pai, o que, consequentemente, gerou um vácuo afetivo que somente poderá ser preenchido com o convívio e estreitamento da relação familiar”.
O pedido foi autorizado no dia 5 de dezembro pela Justiça. Na decisão, é ressaltado que existem condições a serem seguidas pelo detento, como permanecer na residência registrada durante o repouso no período entre 20h e 6h e não frequentar bares, casas de jogos ou lugares que não são compatíveis com o benefício concedido pela Justiça.
Em maio deste ano, a Justiça concedeu progressão de pena a Alexandre Nardoni, que passou para o regime aberto. Ele cumpriu mais da metade da pena em regime fechado após ser condenado pela morte de Isabella. A decisão do juiz José Loureiro Sobrinho foi contra o parecer do Ministério Público de São Paulo, que alegou que o preso não preenche os requisitos subjetivos para a progressão.
Contudo, o magistrado afirmou que o réu mantém boa conduta carcerária, possui situação processual definida e cumpriu mais da metade da pena. Além disso, segundo o juiz, ele encontra-se usufruindo das saídas temporárias, retornando normalmente ao presídio.
Alexandre Nardoni foi condenado pelo assassinato de sua filha Isabella Nardoni, de 5 anos, em 2008. A então esposa dele, Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella, também foi condenada. Isabella Nardoni foi jogada do sexto andar do prédio do pai, na zona norte de São Paulo. A investigação revelou que Isabella foi agredida por Anna Carolina Jatobá, que a esganou e a asfixiou. Alexandre, em seguida, teria cortado a rede de proteção e jogado a menina. Isabella morreu a caminho do hospital. Anna Carolina Jatobá deixou a prisão no ano passado, após também ter obtido a progressão para o regime aberto.
Por lei, o tempo em que cada preso condenado deve permanecer no regime fechado ou semiaberto varia de acordo com a gravidade e as condições do crime cometido. No caso de Nardoni – um crime hediondo por réu primário -, a lei prevê que ele deve cumprir pelo menos 40% da pena em regime fechado e semiaberto antes de solicitar a progressão ao regime aberto. Alexandre já cumpriu o tempo determinado.
De acordo com a Lei de Execuções Penais, a cada três dias de trabalho um dia de pena é reduzido. Em relação aos estudos, é preciso 12 horas comprovadas para reduzir um dia de pena. No caso de Nardoni, ele teve a pena reduzida em mais de dois anos, com ao menos oito pedidos de remições ao longo do cumprimento da pena.
Em setembro do ano passado, a Justiça decidiu favoravelmente a um novo pedido de redução de pena, feito pela defesa de Alexandre: com a nova decisão, foram eliminados 96 dias da pena de Nardoni.
A justificativa da defesa de Alexandre foram os trabalhos realizados por ele num período de 277 dias – o que abateu 92 dias da pena. Outros quatro dias foram eliminados após a leitura do livro ‘Carta ao Pai’, de Franz Kafka. Além dos 96 dias eliminados em 2023, Alexandre conseguiu excluir outros 894 dias da pena, que é cumprida desde 2008. De acordo com o cálculo de pena do Tribunal de Justiça, o total eliminado corresponde a 2 anos e 9 meses. Os 894 dias também foram eliminados anteriormente devido a trabalhos e estudos realizados dentro da prisão.