Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2021
O Conselho de Administração (CA) da CBF escolheu um novo presidente interino para a entidade em reunião na manhã desta quarta-feira (25). Os vices, que são quem compõe a CA, indicaram o baiano Ednaldo Rodrigues para substituir Coronel Nunes até que o caso Rogério Caboclo seja concluído. A decisão foi tomada menos de 24 horas após a Comissão de Ética da entidade ter dado uma pena de 15 meses de afastamento a Caboclo por conduta inapropriada e afastando as acusações de assédio sexual e moral, a qual ele foi acusado por uma ex-funcionária.
A decisão do CA, no entanto, pode ser contestada por Rogério Caboclo, caso assim ele deseje. A interlocutores, diz que sua defesa ainda avalia o caso. O seu entendimento é que caberia a ele indicar o seu substituto. Para fazer a contestação, ele se basearia no artigo 61 do regulamento da CBF, que diz que “substituirá o Presidente, no caso de ausência, licença ou impedimento, o Vice-Presidente que for por ele designado”.
Caboclo foi afastado do cargo há três meses e esse tempo é descontado da pena. Ou seja, na prática, ele pode retornar ao cargo daqui um ano. Ele ainda teria aproximadamente seis meses de mandato pela frente, até que o novo presidente eleito – que deve ser escolhido em abril do ano que vem – assuma.
A decisão da Comissão de Ética, na verdade, é uma sugestão. O veredito precisa ser referendado pelos presidentes das 27 federações estaduais em uma Assembleia Geral, que ainda será marcada. Ela iria acontecer nesta quarta-feira, mas foi adiada por determinação da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem, órgão designado pelas partes para remediar conflitos. Inclusive, a defesa de Caboclo irá recorrer a CBMA para que sua punição seja revista. A defesa da ex-funcionária não se pronunciou.
Os presidentes das federações têm duas escolhas. Ou aceitam a decisão da Comissão ou inocentam Caboclo. A última alternativa foi fortemente aventada em forma de repúdio. Os dirigentes esperavam uma punição mais severa e passaram a avaliar que se é para Caboclo retornar, que seja logo.
Essa possibilidade foi a que motivou a troca de presidente na CBF. Coronel Nunes, que exercia a interinidade, foi substituído por Ednaldo Rodrigues, que é um vice apontado sem proximidade com Marco Polo del Nero, banido do futebol pela Fifa, mas que ainda tem extrema influência na entidade, e com Caboclo. A indicação foi levada aos presidentes de federações que pretendem apoiar a decisão do CA.
Em nota, a CBF afirmou que “como o Estatuto Social da CBF não prevê a forma de substituição do Presidente em caso de afastamento temporário, como o que presentemente ocorre, visto que tal substituição não está contemplada nas hipóteses do art. 61 (ausência, licença ou impedimento), nem tampouco na hipótese do art. 62 (vacância) e considerando que, uma vez afastado, o Presidente fica privado da prática de qualquer ato administrativo, todos os Vice-Presidentes da entidade – únicos possíveis substitutos – dispuseram formalmente de seu direito de substituição temporária em favor do Vice-Presidente Ednaldo Rodrigues Gomes, que assume interinamente a presidência”.