Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Flavio Pereira | 27 de fevereiro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O governador Eduardo Leite precisará renunciar ao cargo no dia 1° de abril, para estar em condições de ser indicado como candidato a presidente da República pelo PSD. Se o fizer, estará baseado no compromisso verbal do contraditório presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
Com medo de rachar o partido, Kassab mandou um recado interno garantindo que, se o candidato não conseguir quebrar a polarização entre Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), a tendência será de apoio ao ex-presidiário no segundo turno. Nos últimos dias, foi possível perceber as dificuldades internas que o PSD enfrenta para confirmar a candidatura de Eduardo Leite.
Parlamentares do partido, preocupados com a reeleição, passaram a dizer que nem o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), nem o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, hoje filiado ao PSDB, têm chance de vencer. Alguns defendem abertamente o apoio o ex-presidiário Lula já no primeiro turno.
Portanto, se renunciar dia 1° de abril confiando apenas na palavra de Kassab, o governador gaúcho estará caindo nesse ninho de cobras, e dando um formidável salto no escuro. Corre o risco de passar pela história como um ex-governador que renunciou, e um quase candidato à Presidência da República.
No PSDB, Dória segue em frente
A hipótese de Eduardo Leite ocupar o espaço do governador de São Paulo, João Dória, como candidato do partido, devido à baixa densidade eleitoral demonstrada nas pesquisas, está descartada. Dória confirmou que deixará o cargo dia 1° de abril, e vai se mudar com integrantes do seu “núcleo duro” para uma mansão no bairro Jardim América, na capital paulista, onde funcionará o seu comitê de campanha.
Dentro do PSDB, há um questionamento muito forte quanto ao fato de Dória ter indicado como coordenador geral da sua pré-campanha, o deputado federal Rodrigo Maia (RJ). Acreditam que grande parte da rejeição a Dória é resultado da imagem de Rodrigo Maia colada a ele.
PP fora do governo Eduardo Leite?
O PP deverá colocar à disposição de Eduardo Leite todos os cargos que ocupa no governo, caso se confirme que não vai se integrar ao projeto politico do governador gaúcho. O partido possui apenas uma secretaria: Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, ocupado pela deputada Silvana Covatti, e dezenas de cargos indicados por deputados. A Secretaria Extraordinária de Relações Federativas e Internacionais, ocupada pela ex-senadora Ana Amélia, é considerada cota pessoal do governador. Até mesmo a liderança do governo na Assembléia cabe ao deputado do PP, Frederico Antunes.
Reajuste dos servidores em março
O governo gaúcho encaminhará ao legislativo ainda na primeira quinzena de março o projeto de reajuste de todos os servidores, a chamada revisão anual prevista na Constituição, que inclui todos os poderes, e os aposentados e pensionistas. O percentual ficará em torno dos 6%.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.