Segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2024
Pesquisas mostram que homens são mais propensos do que mulheres a evitar ou adiar o cuidado médico necessário, mesmo quando os sintomas podem se tornar crônicos ou interromper sua vida. Uma pesquisa online conduzida pela Cleveland Clinic com 1.174 homens de 18 anos ou mais, descobriu que 72% deles preferiam fazer tarefas domésticas, como limpar o banheiro ou cortar a grama, a consultar um médico.
Seja por medo, negação, desconfiança do sistema de saúde, minimização dos sintomas ou noção equivocada de masculinidade, as repercussões de evitar o cuidado médico tornam-se mais arriscadas – até potencialmente fatais – à medida que se envelhece.
Embora muitos homens relativamente saudáveis possam se safar de pular consultas médicas no início da vida adulta, condições crônicas se tornam mais comuns uma vez que a meia-idade chega. Isso é especialmente verdadeiro no caso do risco e da prevalência de doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte de homens nos EUA (e também no Brasil), e evidencia por que é crítico levar a sério novos sintomas de saúde não explicados.
“Não ignore seu bem-estar, e não dê ao seu bem-estar, ou à sua saúde, uma pausa de três meses”, alerta Steven Lamm, diretor do Preston Robert Tisch Center for Men’s Health na NYU Langone.
Aqui estão cinco sintomas que devem levar os homens a procurar um médico.
Fadiga anormal
Um estudo descobriu que homens com nível de exaustão de moderado a alto tinham um risco 2,7 vezes maior de sofrer um ataque cardíaco dentro de cinco anos, e um risco 2,25 vezes maior dentro de dez anos. O estudo também encontrou uma forte correlação entre pressão arterial elevada e nível de exaustão de moderado a alto em dois terços do grupo.
Além disso, diz Lamm, a fadiga está relacionada a outras condições graves em homens, e é especialmente associada à depressão. A saúde mental está intrinsecamente ligada à saúde física e as pesquisas descobrem que, em particular, a depressão está fortemente vinculada a um risco maior de ataque cardíaco e derrame.
Desconforto no peito
Uma sensação de pressão e aperto no peito é uma indicação séria de que o cuidado médico é essencial, já que são sintomas comuns de ataque cardíaco em homens. Dor e desconforto no peito podem ocorrer durante um ataque cardíaco porque o coração não está recebendo sangue rico em oxigênio o suficiente.
“Não ignore e não vá dormir com dor no peito, pensando que é refluxo”, aconselha Lamm. “Não assuma que sua dor no peito é devido à hiperacidez. Pode ser uma pista realmente importante de que você está tendo um problema coronário. Não vá dormir com dor no peito, porque pode ser que você não acorde.”
Inchaço nas extremidades
Edema, ou inchaço, nas extremidades inferiores, é muitas vezes um primeiro sinal de insuficiência cardíaca. O acúmulo de líquido em pernas, pés e mãos — também conhecido como edema pedal — ocorre porque a capacidade de o coração bombear sangue é muito fraca, o que faz com que o sangue se assente e acumule no tecido. Algumas pesquisas também sugerem que o edema é um preditor de insuficiência cardíaca progressiva.
Dificuldade nos esportes
Quando a fadiga por esforço é mais frequente e diferente do seu nível de base normal, é hora de marcar uma consulta. “Não ignore falta de ar ou mudança na tolerância ao exercício, porque podem ser sinais importantes de que você está bloqueando suas artérias coronárias”, informa Lamm.
Monitorar o desempenho físico com um smartwatch pode ajudá-lo a acompanhar mudanças e levantar bandeiras vermelhas se houver uma alteração súbita ou gradual nos seus níveis de exercício cardiovascular. E é crítico agir se a intolerância ao exercício for acompanhada de outros sintomas, como tontura e desconforto no peito, acrescenta Fernandez.
Disfunção erétil
Muitas vezes, homens evitam falar sobre sua saúde sexual com médicos ou procurar atendimento se as coisas parecem fora do normal nessa seara. No entanto, um dos indicadores mais importantes da saúde cardíaca para homens é sua capacidade de obter e manter uma ereção.
“Disfunção erétil pode ser um sinal de aterosclerose, que é acúmulo de placa nas artérias, sugerindo a possibilidade de ter doença periférica e desenvolver dor nas extremidades inferiores ao caminhar”, explica Fernandez.
Ao avaliar a saúde cardiovascular geral de um paciente, uma das primeiras coisas que Lamm pergunta é sobre sua função sexual, especificamente se está regularmente experimentando ereções matinais. (Estadão Conteúdo)