Por Redação O Sul | 23 de abril de 2018
Com a abertura do edital do Enem 2018 (Exame Nacional do Ensino Médio), cujas inscrições começarão no dia 7 de maio, foi dada a largada para os candidatos a vagas nas faculdades intensificarem o ritmo de preparação para as provas, marcadas para os dias 4 e 11 de novembro. Muitos estudantes começam também a perder o sono por conta da redação, uma das etapas mais temidas do processo e importante quesito na pontuação geral.
Para amenizar a apreensão e ajudar os alunos a escreverem um texto nota mil, o jornal O Dia ouviu profissionais de diversas áreas.
A redação avalia capacidades do aluno e é usada como critério de desempate. Bem elaborada, pode render pontuação acima das provas objetivas. Um dos segredos é se manter informado, debater e procurar escrever sobre assuntos recentes.
Coordenadora de Linguagens do Colégio Alfa CEM Bilíngue, Bárbara Teixeira, ressalta que um bom repertório sociocultural é importante. “Ao longo de sua vida e trajetória acadêmica, o estudante deve ter recebido conhecimentos de diversas áreas, como História, Filosofia, Biologia e Literatura. O desafio é saber relacionar esses conhecimentos a fatos contemporâneos”, adverte.
O candidato deve, sobretudo, ler muito para se manter atualizado sobre os acontecimentos mais significativos do Brasil e do mundo. Convém ainda planejar a escrita e produzir textos, com correção feita em seguida por um profissional de Letras.
Professores do Stoodi cursinho a distância com foco em Enem e pré-vestibular concordam que um bom nível de conhecimento dos principais acontecimentos históricos é essencial. Um critério que pode ser utilizado pelas instituições para incluir determinado evento nas questões de conhecimentos gerais ou de História são os aniversários dos fatos, as chamadas efemérides. Como os 50 anos, em 2018, de alguns episódios, entre eles: o Ato Institucional AI-5; o assassinato de Martin Luther King; e a invasão do Vietnã Sul.
“Para conquistar a tão almejada nota mil em redação, é preciso ter seriedade, responsabilidade e rotina de estudos. Fazer redações semanalmente e estar sempre antenado com tudo fazem a diferença”, aconselha Isabelle Pereira dos Santos, do Colégio Pensi de Copacabana. “Refaça exames antigos, assista a telejornais, mantenha o sono em dia”, completa Carolina Lopes Affonso, da mesma unidade.
“Nunca esqueça também de adotar senso crítico em relação às notícias, às normas da língua portuguesa e à estrutura da redação. Tem que se ter cuidado ainda com notícias falsas (fake news), febres do momento”, diz o estudante Thiago de Carvalho.
Muito estudo e leitura
A professora de Língua Portuguesa e Redação do Colégio Notre Dame, Eliza Barra, ressalta a importância dos sinônimos. “A repetição de palavras deve ser evitada, assim como tratar a escrita superficialmente e fora do tema”, alerta. “Conhecimento do mundo é fundamental. Por isso, são atitudes importantes treinar temas distintos e o reforço na leitura nos campos político, social, econômico, relações humanas, história e literatura”, avisa.
Diego Aguilar, professor de Língua Portuguesa e Redação da rede Pensi e do Curso QG do Enem, recomenda atenção à realidade atual. “Seja qual for o tema, cabe ao estudante abordar o impacto social gerado por qualquer assunto. E, para aumentar o conhecimento do mundo, são importantes livros, jornais, filmes e documentários e visitas a museus”.
O professor lembra ainda algumas competências necessárias: estudar regras gramaticais para ganhar norma culta (pontuação, ortografia, crase, regência, concordância e colocação pronominal); abordagem completa do tema, sem tangenciar o debate proposto; usar estratégias argumentativas; e construir proposta de intervenção, destacando seus cinco elementos: agente, ação, meio, detalhamento e efeito.
Alimentação e equilíbrio emocional
Márcia Simões Kornin, pós-graduada em Medicina Estética e Nutrologia, defende uma alimentação adequada e a prática de atividades físicas. “Comer corretamente garante os nutrientes que o cérebro necessita para melhorar a concentração”, justifica.
Ela recomenda exercícios, responsáveis pela circulação sanguínea e frequência cardíaca, não deve ser esquecida. “O corpo libera betaendorfinas e outros hormônios que dão sensação de bem-estar e prazer. Convém evitar álcool, cigarros e não dispensar oito horas de sono diários, pois o descanso recupera o cérebro e a concentração”.
Valéria Ribeiro, especializada em Psicologia e Desenvolvimento Humano, frisa que a preparação para a prova de redação não deve ocorrer somente nos meses que a antecedem. “Durante o Ensino Médio, é preciso que o aluno participe de simulados e a preparação emocional também é importante para se enfrentar, de maneira correta, os chamados ‘brancos’ durante a prova ou crises de ansiedade e até mesmo de pânico”, alerta.
